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Com atraso por jogo do Brasil, Rio decreta luto por aluno baleado a caminho da escola

Mãe do estudante Marcos Vinicius da Silva mostra a blusa de uniforme suja de sangue - PAULO CARNEIRO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Mãe do estudante Marcos Vinicius da Silva mostra a blusa de uniforme suja de sangue Imagem: PAULO CARNEIRO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, no Rio

25/06/2018 15h59Atualizada em 25/06/2018 17h05

A prefeitura do Rio de Janeiro decretou nesta segunda-feira (25) três dias de luto oficial pela morte do estudante Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, morto na quarta-feira (20) da semana passada durante uma ação policial na favela da Maré, no Rio de Janeiro.

O decreto entraria em vigor na sexta-feira (22), mesma semana do crime, mas não entrou porque não houve edição do diário oficial do município uma vez que, segundo a prefeitura, o dia era ponto facultativo em razão do jogo do Brasil na Copa do Mundo. 

A ideia de decretar luto surgiu de um pedido do secretário municipal de educação, César Benjamim, acatado pelo prefeito Marcelo Crivella (PRB). A decisão foi tomada na quinta-feira (21). O luto só começou nesta segunda-feira e se estenderá até quarta (27).

Questionada, a prefeitura não soube dizer se já havia sido decretado luto no passado devido à morte de um estudante.

O menino levou um tiro na última quarta-feira quando estava a caminho da escola. Ele vestia uniforme e carregava uma mochila com material escolar quando foi baleado na barriga. A mãe do menino, a diarista Bruna da Silva, exibiu no dia seguinte a camiseta do garoto suja de sangue e acusou a polícia pela morte de Marcos Vinícius. Ela afirmou que, antes de morrer, o filho teria dito que o disparo partiu de um blindado da polícia.

A hipótese está sendo investigada pela Delegacia de Homicídios. Os policiais responsáveis pelo caso afirmaram que pretendem fazer uma reconstituição do caso em breve.

O procedimento será baseado em depoimentos de policiais e de testemunhas. Peritos verificarão se o tiro que matou a criança realmente foi disparado de dentro de um blindado. Armamentos usados pela polícia na operação também devem passar por perícia.

O tiroteio que matou o menino na semana passada ocorreu quando policiais civis realizaram uma operação na favela da Maré para prender 23 membros do crime organizado que eram considerados procurados.

Durante a ação, seis suspeitos foram mortos em confronto com a polícia. A reconstituição deve tentar determinar também as circunstâncias em que eles morreram.