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Dr. Bumbum e sua mãe são transferidos para presídio em Benfica

Denis César Barros Furtado, o "Doutor Bumbum", e a mãe dele, Maria de Fátima Barros - Divulgação / 31º BPM
Denis César Barros Furtado, o "Doutor Bumbum", e a mãe dele, Maria de Fátima Barros Imagem: Divulgação / 31º BPM

Luis Kawaguti

Do UOL, no Rio

20/07/2018 15h07Atualizada em 20/07/2018 19h17

O médico Denis César Barros Furtado, conhecido como "Doutor Bumbum", e a mãe dele, Maria de Fátima Barros, foram transferidos na tarde desta sexta-feira (20) da 16ª DP, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, para presídio em Benfica, na zona norte carioca.

Presos na quinta-feira (19), ambos foram indiciados por homicídio doloso qualificado (com intenção de matar) e associação criminosa após a morte da bancária Lilian Calixto, 46, que se submeteu a um procedimento estético na cobertura do médico, também na Barra.

O advogado Marcus César Feres Braga disse que, da prisão de Benfica, eles seriam transferidos para o presídio de Bangu 8, onde ficam presos com curso superior. A informação não foi confirmada pela Seap (Secretaria da Administração Penitenciária).

Furtado voltou hoje a prestar depoimento à polícia --nesta sexta, a oitiva durou cerca de três horas. Os investigadores tinham como objetivo esclarecer contradições entre os depoimentos deles e de um taxista, que não teve a identidade revelada. O motorista aguardava Lilian fazer a intervenção estética.

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Em depoimento, o taxista afirmou que levou a bancária do aeroporto até a cobertura do médico, na Barra da Tijuca, e que ela teria pedido que a esperasse. O motorista disse ter esperado Lilian por um período de mais de 11 horas, mas que ela não saiu.

A bancária Lilian Calixto morreu após passar por procedimento no apartamento do médico na Barra da Tijuca - Reprodução / Facebook - Reprodução / Facebook
A bancária Lilian Calixto morreu após passar por procedimento no apartamento do médico na Barra da Tijuca
Imagem: Reprodução / Facebook
O médico, cuja licença foi cassada ontem pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, teria então aparecido e pago R$ 300 ao motorista pelo tempo de espera, na versão do taxista.

Aos jornalistas, ontem, Furtado declarou que não se lembrava de ter falado com o taxista. “Nem conversei com ele”, afirmou.

Em vídeo postado numa rede social pouco antes da prisão ontem, o médico disse que Lilian deixou o consultório --segundo a polícia, o procedimento foi realizado em sua cobertura na Barra-- "muito bem" e seis horas depois ele a levou a um hospital, onde ela teve uma parada cardíaca.

"É um mistério ainda a causa da morte. Mas é uma injustiça o que estão falando de mim na televisão. É uma injustiça me acusarem de não ser médico, eu tenho CRM [registro profissional] ativo. É uma injustiça dizerem que é um procedimento que não é habilitado”, declarou.

No entanto, em entrevista coletiva a jornalistas horas depois, Furtado apresentou outra versão.

“Realizamos por volta de 18h, 19h, no turno da noite. Ela se levantou bem, saiu bem da maca, mais ou menos 23h ela estava indo embora pro hotel dela, já com o taxista dela esperando na porta, e me relatou um leve enjoo uma queda de pressão. Umas 23h30 falei o seguinte: ‘olha, a senhora está com uma queda de pressão, mesmo que leve. Vamos ao hospital e lá a gente avalia’”, afirmou.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Hospital Barra D'Or afirmou que Lilian deu entrada na emergência do hospital no sábado, às 23h, em estado extremamente grave. De acordo com o estabelecimento, não houve impedimento ao acesso de qualquer profissional, familiar ou acompanhante, que tem como parte de sua rotina o acompanhamento de pacientes por seus médicos assistentes.

Prisão

Denis Furtado e a mãe foram presos por policiais militares na tarde de ontem no interior de um centro empresarial na Barra, e levados para a 16ª Delegacia de Polícia do Rio.

A prisão temporária deles por 30 dias já havia sido decretada. Além deles, duas funcionárias respondem pelos crimes de homicídio doloso e associação criminosa.

À imprensa, Furtado disse que a morte da paciente pode ter ocorrido devido a diversos fatores. "Eu me considero inocente", afirmou.

Ele foi acusado pela polícia de ter assumido o risco da morte da vítima por tê-la submetido a um procedimento estético em sua cobertura na Barra e não em uma instalação médica apropriada.

Furtado argumentou que a cirurgia aconteceu em uma clínica e também afirmou: "É possível realizar o procedimento [cirúrgico] em qualquer área capacitada, onde o médico estiver presente, desde que com a técnica correta".