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Jovem tem 80% do corpo queimado em SP; marido é principal suspeito

Bruna Cirilo está internada em estado grave após ter 80% do corpo queimado - Reprodução/Facebook
Bruna Cirilo está internada em estado grave após ter 80% do corpo queimado Imagem: Reprodução/Facebook

Fernando Molina

Colaboração para o UOL

05/09/2018 17h36

A Polícia Civil investiga as circunstâncias de um incêndio que terminou com uma mulher gravemente ferida em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Bruna Jenifer Cirilo Barbosa, de 21 anos, está internada em coma induzido na Unidade de Terapia Intensiva na Santa Casa de Santos após sofrer queimaduras em 80% do corpo. O principal suspeito de ter colocado fogo na casa é o marido da jovem, Jorge Pereira Barros, de 26 anos, que segue em liberdade.

Ao UOL, o delegado responsável pelo caso, Jaime Marcelo da Fonte Nogueira, contou que, quando os bombeiros chegaram ao local, Barros foi encontrado "em cima da companheira" e argumentou que o fazia para reanimá-la, porque "ela estava tendo espasmos". "Tiveram que imobilizá-lo com um 'mata-leão', porque o rapaz estava descontrolado. Então ele foi trazido à delegacia por resistir à abordagem e por suspeita de violência doméstica", disse o delegado.

Em depoimento à polícia, o suspeito disse que as discussões entre ele e Bruna eram frequentes. O motivo principal seria um ex-namorado da jovem, que, segundo Barros, fazia contato com a vítima por mensagens, mesmo preso por tráfico de drogas. De acordo com o delegado, a jovem ainda tem uma tatuagem com o nome do ex no tórax.

O homem alegou que, na noite do incêndio, a mulher se cobriu com uma manta acrílica para se proteger do frio e o cobertor teria pegado fogo por acidente quando ela acendeu um fósforo. Ainda segundo o suspeito, as chamas se espalharam porque havia um galão de gasolina aberto. "Para ajudá-la", ele teria tentado apagar as chamas com outra manta similar, que também também pegou fogo sobre o corpo da vítima.

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O recipiente com combustível e o relato do marido aumentaram as suspeitas do delegado responsável pelo caso. Barros alegou que a gasolina seria usada para abastecer uma motocicleta e que havia sido comprada por um vizinho como um favor a ele. No entanto, após ser procurada pela polícia, a pessoa em questão negou a história. "Com relação à moto, se tratava de um veículo que não tinha nenhuma condição de andar, nem se passasse por uma reforma geral ela andaria", explicou o delegado.

A mãe de Bruna, Roseli Cirilo, relatou ao UOL que o relacionamento do casal sempre foi conturbado. "O que eu soube é que ele não queria deixar socorrerem ela [durante o incêndio]. Uma pessoa até falou para mim que ele sempre batia nela, mas está com medo dele e não quer se envolver", afirmou Roseli. 

Em coma induzido por conta dos ferimentos causados pelas queimaduras, Bruna segue em estado grave na UTI da Santa Casa de Santos. "Ela corre o risco de perder o braço, o seio ela já perdeu, até agora ela não teve reação nenhuma, mesmo aumentando os medicamentos", explicou a mãe de Bruna. "O que a médica passou recentemente é que ela não tem escapatória, só um milagre [para salvá-la]. Como mãe, estou preparada para tudo, mas minha filha não tem mais como se defender, não quero que este caso fique esquecido, eu quero justiça."

Enquanto as investigações estão em andamento, Jorge Pereira Barros segue em liberdade. De acordo com o delegado responsável pelo caso, ele chegou a ser detido, "mas em audiência de custódia o juiz achou que faltavam indícios da autoria do incêndio ou de qualquer outra agressão, já que estavam os dois sozinhos, e liberou o suspeito".