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"Minha família hoje é só dor", desabafa irmã de Marielle Franco em rede social

A vereadora Marielle Franco foi homenageada pela irmã em uma rede social - Reprodução/Instagram
A vereadora Marielle Franco foi homenageada pela irmã em uma rede social Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

03/11/2018 14h03

A jornalista Anielle Franco fez um desabafo ao homenagear nesta sexta-feira (2) sua irmã, a vereadora Marielle Franco, na rede social Instagram. Acompanhado de uma foto da parlamentar assassinada em março no Rio de Janeiro, o texto foi publicado no Dia dos Finados e um dia depois do anúncio feito pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, de que a Polícia Federal investiga a ação de uma suposta organização criminosa que estaria dificultando o esclarecimento do crime.

“Hoje, metade de mim é amor. E a outra metade é saudade", escreveu. Ela disse que se lembrará de cada pessoa que explorou o nome da vereadora "que cresceu em cima do túmulo dela, que dizia estar aqui pra toda e qualquer situação, mas virou as costas", escreveu Anielle Franco.

"Mas tudo bem, um dia de cada vez, e acreditem, espiritualmente falando, todos serão cobrados! É o q me acalma! Minha família hoje é só dor. Hoje eu sou só dor, hoje eu tô arrasada com o que o ser humano virou”.

Jungmann informou na quinta-feira (1º) que a Polícia Federal vai investigar suspeitas de que uma organização criminosa estaria atuando com o objetivo de atrapalhar as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).

A investigação foi um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com base em dois novos depoimentos de testemunhas do caso. Os depoimentos foram tomados há cerca de um mês, segundo o ministro.

Investigação do caso Marielle Franco

A apuração para encontrar os responsáveis pelo crime continua a cargo do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Mas, segundo o ministro, o novo inquérito deverá levar a uma cooperação entre a PF e as autoridades locais do Rio. "A cooperação deve ajudar mutuamente a elucidação tanto de um caso quanto de outro", disse Jungmann.

Jungmann afirmou que as suspeitas levantadas pelos depoimentos indicariam a participação de agentes públicos envolvidos na investigação do caso Marielle em tentativa de atrapalhar a elucidação do crime.

Marielle foi assassinada no Rio de Janeiro, quando voltava de uma reunião política na noite de 14 de março, acompanhada de uma assessora -- que sobreviveu-- e do motorista Anderson Gomes.

Na rua Joaquim Palhares, na região central, um carro emparelhou com o veículo onde estava a vereadora e, de dentro dele, foram efetuados ao menos 13 disparos. Ela foi atingida por quatro tiros na cabeça, e Anderson, por três tiros nas costas.

O ponto escolhido para a emboscada, no bairro do Estácio, não possuía câmeras de segurança ligadas naquele momento.

Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016, com 46.502 votos. Na Câmara, ela presidia a Comissão da Mulher e tinha sido nomeada relatora da comissão que acompanharia a intervenção federal na segurança pública do Rio.