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Cumprimos a missão no Rio, diz interventor Braga Netto

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

27/12/2018 13h56

Em uma cerimônia para marcar o fim simbólico da intervenção federal na Segurança Pública do Rio, realizada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na manhã desta quinta-feira (27), o interventor e general Walter Braga Netto, avaliou que a missão das Forças Armadas no estado foi cumprida e que todos os objetivos foram alcançados.

"Temos a convicção de que trilhamos um caminho difícil e incerto, mas cumprimos a missão de recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública e baixar os índices de criminalidade", disse o interventor.

No evento, Braga Netto e o secretário de Segurança Pública, o general Richard Nunes, receberam das mãos do governador em exercício Francisco Dornelles (PP) e do presidente em exercício da Alerj, André Ceciliano (PT), a medalha Tiradentes --uma honraria oferecida as pessoas que prestaram serviços relevantes à causa pública do estado do Rio.

O interventor federal destacou também que as aquisições de equipamentos realizadas nos últimos 10 meses representam o equivalente a 4 anos e 4 meses de investimentos na área de segurança do estado do Rio e que o trabalho desenvolvido foi pautado pela meritocracia militar para evitar indicações políticas na organização das forças de segurança.

 "Agimos no sentido de extinguir a influência política nessas instituições. Entendemos que toda instituição armada deve ser hierarquizada e disciplinada; a ocupação de seus cargos e a promoção de seu capital humano baseado na meritocracia."

O decreto de intervenção federal na Segurança Pública, que tirou do governador Luiz Fernando Pezão (MDB), que está preso, o comando sobre as forças de segurança do estado, foi assinado pelo presidente Michel Temer (MDB) em 16 de fevereiro.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), já afirmou que não irá prorrogar a intervenção. O decreto de Temer vence em 31 de dezembro.

alerj intervenção - Divulgação/Alerj - Divulgação/Alerj
Cerimônia na Alerj marcou o fim simbólico da intervenção, que vai até o dia 31 de dezembro
Imagem: Divulgação/Alerj

Diminuição de roubos; aumento de mortes

Apesar da redução dos índices de criminalidade ter sido um dos objetivos da intervenção, dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) mostram que as mortes ocasionadas por agentes do estado subiram 37% no período da intervenção.

Os homicídios decorrentes de ação policial passaram para 1.185 nos últimos 10 meses - 326 a mais que em 2017.

Roubos de rua, carga, veículo, e latrocínio foram os crimes que mais registraram redução no período.

Equipamentos adquiridos

De acordo com o CML, foram adquiridos 3.911 veículos para patrulhamento; 690 motocicletas; 5 veículos blindados, 6 motos aquáticas, além de outros veículos.

Também foram entregues ao estado 3 mil fuzis, 20 submetralhadoras, 1.040 pistolas de choque e 200 espingardas calibre 12

Mais de 1,2 milhão de cartuchos de munição também foram comprados, além de 61 munições menos letais.

Ainda segundo o CML, foram disponibilizados equipamentos de proteção e de perícia técnica, drones, uniforme, além de itens de 2,1 milhões em produtos de consumo como colchões e material de limpeza.