Topo

'Ela queria comprar casa no Brasil', diz irmão de boliviana esquartejada

O casal boliviano Jesus Reynaldo Condori Sanizo, Irma Morante Sanizo e o filho Gian Abner Morante Condori foram encontrados mortos na última terça (8) - Reprodução/ Facebook
O casal boliviano Jesus Reynaldo Condori Sanizo, Irma Morante Sanizo e o filho Gian Abner Morante Condori foram encontrados mortos na última terça (8) Imagem: Reprodução/ Facebook

Alex Tajra e Marcela Leite

Do UOL*, em São Paulo

10/01/2019 04h01

Os corpos de três bolivianos que estavam desaparecidos desde dezembro foram encontrados esquartejados na noite da última terça (8) em uma casa em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. As vítimas foram identificadas como Jesus Reynaldo Condori Sanizo, 39; Irma Morante Sanizo, 38, e o filho do casal, Gian Abner Morante Condori, 8.

O suspeito do crime, cunhado de Irma, também boliviano que trabalhava com a família, está foragido.

"Minha irmã era feliz aí, tanto que iria comprar casa no Brasil. Ela estendeu a mão ao cunhado, que mandou matá-la. Quem sabe não foi ele mesmo quem matou", disse ao UOL o irmão de Irma, Luis Sanizo, referindo-se a Gustavo Vargas Arias, que teria cometido o crime.

Segundo a polícia, Vargas Arias viajou após o desaparecimento da família e não deu mais notícias. A mulher dele forneceu informações aos policiais sobre o paradeiro dos corpos, que estavam em sacos plásticos dentro de três malas em uma casa que, dizem as autoridades, foi alugada a pedido de Vargas Arias.

O irmão de Irma diz que o suspeito tinha histórico de violência.

"Gustavo aparentava ser uma boa pessoa, mas tinha problemas com álcool e era um pouco agressivo. No entanto, jamais pensamos que ele chegaria a fazer o que fez", afirma Luis, que disse esperar em frente à casa da mãe de Vargas Arias, em La Paz, um possível retorno do suspeito.

Irma vivia no Brasil desde os 16 anos e tinha, com a família, uma pequena confecção na região do Brás, em São Paulo. O cunhado de Irma veio ao Brasil para trabalhar na confecção, mas houve desentendimentos por conta de questões financeiras.

Depois de supostamente ter matado os familiares, relata o irmão da vítima, Gustavo foi à casa de Irma, na zona leste de São Paulo, e contou aos vizinhos que os três haviam viajado para a Bolívia e que ele tinha autorização para retirar os pertences dali.

Costureira e corintiana

No Brasil desde a juventude, Irma era aficionada por futebol e tinha um time de coração: o Corinthians. "Ela sempre acompanhava os jogos pela televisão", diz Luis.  O marido, Jesus, também foi descrito como um homem tranquilo e trabalhador. 
 
A família passou por um momento conturbado quando Jesus teve de retirar um tumor na cabeça em dezembro de 2014. "Como toda família, eles tinham problemas, mas tinham uma boa relação e não faziam mal a ninguém", diz o irmão de Irma. 

Com informações da Agência Estado

Família de bolivianos é esquartejada em São Paulo

Band Notí­cias