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João de Deus vira réu pela segunda vez por crimes sexuais

16.dez.2018 - Médium João Teixeira de Faria, o João de Deus - Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo
16.dez.2018 - Médium João Teixeira de Faria, o João de Deus Imagem: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo

Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

16/01/2019 17h49Atualizada em 16/01/2019 19h33

O médium João de Deus se tornou réu pela segunda vez por crimes sexuais após a juíza Rosângela Rodrigues Santos, da comarca de Abadiânia, ter aceitado, nesta quarta-feira (16), uma nova denúncia oferecida pelo MP-GO (Ministério Público de Goiás) contra o médium. Ele está preso desde dezembro e sempre negou ter cometido os crimes. 

Na denúncia, que foi entregue na terça (15), os promotores afirmaram que constam relatos de 13 vítimas, dos quais cinco não haviam prescrito. João de Deus é acusado de quatro estupros de vulnerável e um caso de violência sexual mediante fraude. As outras oito vítimas em que os crimes sexuais prescreveram figuram como testemunhas. 

Segundo os promotores do caso, os crimes aconteceram entre 1990 e 2018, quando as vítimas teriam entre 8 e 47 anos à época, e envolvem vítimas dos estados de Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Um novo pedido de prisão também foi formulado na denúncia. 

Em nota, os promotores informam que o pedido de prisão de João de Deus visa "preservar a incolumidade física e psicológica das vítimas, bem como preservá-las de quaisquer intimidações e represálias, inclusive físicas e espirituais, assim como eram submetidas quando da ocorrência das situações". 

A Justiça de Goiás negou ainda ontem um pedido de habeas corpus feito pela defesa do médium, que continua preso, desde 16 de dezembro, no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. 

Alberto Toron, advogado que defende João de Deus na Justiça, afirmou que a defesa não se manifestará enquanto não tiver acesso à denúncia.

Médium também é indiciado por posse ilegal de arma

João de Deus virou réu pela primeira vez na semana passada, quando a juíza Rosângela Rodrigues Santos acatou uma primeira denúncia do MP-GO contra o médium por estupro de vulnerável e violência mediante fraude contra quatro vítimas.

Na mesma semana, após apreender cinco armas de fogo e R$ 405 mil em dinheiro na casa de João de Deus, em Abadiânia, a Polícia Civil indiciou o médium e sua esposa, Ana Keyla Teixeira, por posse ilegal de armas. 

Além das duas acusações, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) encaminhou, no início de janeiro, informações ao MPF (Ministério Público Federal) sobre um suposto envolvimento do médium em um esquema de tráfico internacional de bebês e escravização de mulheres. A defesa alegou falta de provas. 

Segundo os promotores que ofereceram a segunda denúncia contra João de Deus, até o dia 10 de janeiro, o MP já havia recebido 688 contatos de supostos relatos de abuso sexual do médium, tendo sido identificadas mais de 300 vítimas.

Promotores apresentam segunda denúncia contra João de Deus

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