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Justiça manda operadoras informarem dados sobre celulares perto da barragem

26.jan.2019 - Lama invade casas do bairro Parque da Cachoeira, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, após o rompimento da barragem da Vale - Eduardo Anizelli/ Folhapress
26.jan.2019 - Lama invade casas do bairro Parque da Cachoeira, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, após o rompimento da barragem da Vale Imagem: Eduardo Anizelli/ Folhapress

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

26/01/2019 19h01

A Justiça Federal de Minas Gerais atendeu, neste sábado (26), a um pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) e concedeu uma liminar obrigando empresas de telefonia a fornecer dados sobre sinal dos celulares de pessoas que estavam na região da barragem que se rompeu em Brumadinho (MG). 

O objetivo é ajudar as equipes de busca a localizar as pessoas desaparecidas na região após a tragédia. 

O advogado-geral da União, André Mendonça, afirmou que a medida alcança um raio de 20 quilômetros a partir da barragem. "A ideia é que se faça a partir de raios circuncêntricos de um quilômetro, e uma expansão a partir disso", afirmou. 

A decisão vale para clientes que estavam nos arredores da mina do Córrego do Feijão, onde se localizava a barragem, entre meia-noite de quinta-feira (24) e o mesmo horário de sexta-feira (25). A barragem se rompeu no início da tarde de sexta. 

"Com essa informação, as equipes de socorro podem saber quais aparelhos se mantiveram ativos após a tragédia, e quais estão inativos desde então", disse o advogado da União Marcus Castro. 

Sete operadoras --Vivo, Tim, Claro, Oi, Nextel, Algar Telecom e Sercomtel --deverão fornecer os dados às Forças Armadas, à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros do estado. 

Mendonça, que chegou por volta das 18h ao Palácio do Planalto para participar de uma reunião do gabinete de crise criado para acompanhar os desdobramentos do rompimento da barragem, disse que a judicialização das questões ambientais "virá certamente no segundo momento".

"Nós já oficiamos os órgãos técnicos para que, na medida em que eles fossem tendo as suas avaliações, nos remetessem, para que a gente pudesse fundamentar as possíveis medidas reparatórias, tanto às pessoas, às vítimas, como também ao meio ambiente", afirmou.