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Crivella diz que empregou verba de outras áreas em prevenção de enchentes

7.fev.2019 - Crivella fala a jornalistas durante buscas por vítimas de ônibus soterrado no Vidigal - Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
7.fev.2019 - Crivella fala a jornalistas durante buscas por vítimas de ônibus soterrado no Vidigal Imagem: Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Marina Lang e Leandro Prazeres

Colaboração para o UOL, no Rio, e do UOL, em Brasília*

07/02/2019 20h18Atualizada em 07/02/2019 20h49

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), afirmou nesta quinta-feira (7) ter empregado recursos de outras rubricas orçamentárias em ações de combate a enchentes no município. A declaração foi dada após ser questionado em entrevista à imprensa sobre reportagem do UOL que apontou o uso de apenas 22% das verbas destinadas para controle de enchentes e contenção de encostas no Rio nos anos de 2017 e 2018, de acordo com dados do Portal da Transparência e as LOAs (Lei Orçamentária Anual).

"É importante que a gente analise esses gastos com a visão global. Houve outras rubricas que cobriram essa questão. Por exemplo, o Plano Verão limpou quilômetros e quilômetros de bueiro. Fizemos grandes ações da Baía do Açaí e Cabuna", disse. "Vamos ter uma visão holística para verificar onde exatamente as verbas foram gastas", acrescentou. 

Crivella não mencionou, entretanto, o emprego de verbas para fazer frente ao problema de deslizamentos em encostas.

Na noite desta quarta (6), um temporal matou seis pessoas e fez o Rio amanhecer com um cenário caótico, ruas alagas, árvores caídas e muitas vias bloqueadas. 

O levantamento do UOL apontou que, em dois anos no comando da Prefeitura do Rio de Janeiro, a administração municipal deixou de gastar R$ 564 milhões em recursos disponíveis para ações de controle de enchentes e contenção de encostas. Dos R$ 731 milhões aprovados para esse tipo de gasto, a prefeitura utilizou apenas R$ 166 milhões, o equivalente a apenas 22% do total.

Na entrevista desta quinta, Crivella afirmou que a arrecadação municipal sofreu queda de R$ 29 bilhões em 2016 para R$ 25 bilhões em 2017. 

"Houve queda expressiva de receita. A cidade do Rio perdeu 350 mil empregos com carteira assinada neste ano. Tivemos uma recuperação de mil empregos. A queda do investimento do governo do estado e do federal causou uma crise sem precedentes", justificou o prefeito.

Perguntado sobre o porquê de a ciclovia Tim Maia não ter sido alvo de manutenção, Crivella respondeu que "é o local do Rio de Janeiro que mais tem obras de contenção para desabamento". Em decorrência das chuvas, parte da pista voltou a ruir ontem. O prefeito disse apenas que o caso corre na Justiça.

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4 pessoas internadas

Segundo a secretária municipal de saúde do Rio de Janeiro, Bia Busch, 12 pacientes deram entrada em hospitais da cidade devido a consequências do temporal da noite de quarta-feira. Quatro delas permanecem internadas.

No hospital municipal Miguel Couto, foram atendidas seis vítimas de um deslizamento de terra no morro do Vidigal, que soterrou um ônibus que passava pela avenida Niemeyer, na zona sul, e duas da Rocinha. O motorista do veículo chegou a ser atendido, também, mas liberado em seguida.

No hospital municipal Lourenço Jorge, deram entrada pai e filho após um delizamento em Barra de Guaratiba, na zona oeste. Mãe e outro filho do casal morreram soterrados.

Na Unidade de Pronto-Atendimento da Rocinha (UPA), foi atendido um homem arrastado pela correnteza.

*Colaborou Marcela Leite, em São Paulo