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Com novas transferências, Brasília abriga maior parte da cúpula do PCC

Agente trabalha dentro do presídio federal de Brasília - 12.dez.2017 - Pedro Ladeira/Folhapress
Agente trabalha dentro do presídio federal de Brasília
Imagem: 12.dez.2017 - Pedro Ladeira/Folhapress

Luís Adorno e Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

23/03/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Após transferência de presos, Brasília abriga 10 membros da cúpula do PCC
  • Presídio da capital é o de manutenção mais barata entre as unidades federais
  • Ministério diz que novas transferências são "estratégicas" e "fundamentais"

Com a decisão do governo federal de levar quatro membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) do presídio de Porto Velho para Brasília, a capital federal passa a ser o local com maior número de integrantes reclusos da chefia da principal facção criminosa do país.

Foram transferidos, ontem, para a capital federal, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola; Claudio Barbará da Silva, o Barbará; Patric Velinton Salomão, o Forjado; e Pedro Luiz da Silva Moraes, o Chacal. Todos eles são considerados pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) como "violentos" e com cargo de chefia na facção.

O presídio federal de Brasília, inaugurado em 2018, é o mais novo dos cinco existentes no país. Até por isso, é o mais barato. A média mensal de custo na unidade é de R$ 1,5 milhão - o presídio mais caro, em Catanduvas (PR), custa ao mês R$ 6 milhões em média.

A ideia do governo federal é de transformar Brasília em uma espécie de Presidente Venceslau (SP). A cidade do oeste paulista foi considerada, por anos, a mais segura de São Paulo e, por isso, abrigava a alta cúpula do PCC, Marcola inclusive. Após uma série de tentativas de resgate do principal chefe do grupo, 22 integrantes foram transferidos para presídios federais no mês passado.

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Com a nova remessa de ontem, agora Brasília tem dez integrantes da cúpula do PCC. Porto Velho abriga oito e Mossoró (RN), sete. Veja, abaixo, onde estão os membros da cúpula do PCC atualmente:

BRASÍLIA:

  • Marco Willians Herbas Camacho (Marcola)
  • Alejandro Juvenal Herbas Camacho Junior (Marcolinha)
  • Cláudio Barbará da Silva (Barbará)
  • Pedro Luiz da Silva Moraes (Chacal)
  • Antonio José Muller Júnior (Granada)
  • Reinaldo Teixeira dos Santos (Funchal)
  • Patric Velinton Salomão (Forjado)
  • Abel Pacheco de Andrade (Vida Loka)
  • Roberto Soriano (Tiriça)
  • Wanderson Nilton Paula Lima (Andinho)

PORTO VELHO:

  • Lourinaldo Gomes Flor (Louro)
  • Alessandro Garcia de Jesus Rosa (Pulft)
  • Fernando Gonçalves dos Santos (Colorido)
  • Lucival de Jesus Feitosa (Val do Bristol)
  • Almir Rodrigues Ferreira (Nenê de Siminone)
  • Reginaldo do Nascimento (Jatobá)
  • Rogério Araújo Taschini (Rogerinho)
  • Célio Marcelo da Silva (Bin Laden)

MOSSORÓ (RN):

  • Márcio Luciano Neves Soares (Pezão)
  • Alexandre Cardozo da Silva (Bradok)
  • Daniel Vinícius Canônico (Cego)
  • Julio Cesar Guedes de Moraes (Julinho Carambola)
  • Luis Eduardo Marcondes Machado de Barros (Du da Bela Vista)
  • Cristiano Dias Gangi (Crisão)
  • José de Arimatéia Pereira Faria de Carvalho (Pequeno)
Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a transferência de Marcola e de outros três membros do PCC para Brasília faz "parte dos protocolos de segurança pública relativa à alternância de abrigo dos detentos de alta periculosidade ou integrantes de organizações criminosas, entre as unidades prisionais federais".

O ministério informou, ainda, que "a medida é estratégica para o isolamento de lideranças e fundamental para o enfrentamento e o desmonte de organizações criminosas". Os 22 integrantes do PCC levados a presídios federais ano passado devem ficar ao menos dois meses em regime de total isolamento. A medida pode ser estendida até um ano de forma contínua.