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MP contesta semiaberto para Alexandre Nardoni e pede exame psicológico

MP entrou com recurso contra regime semiaberto para Alexandre Nardoni - Fernando Donasci/Folhapress
MP entrou com recurso contra regime semiaberto para Alexandre Nardoni Imagem: Fernando Donasci/Folhapress

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

06/05/2019 19h34

O Ministério Público de São Paulo apresentou hoje um recurso contra a decisão que estabeleceu progressão de regime para Alexandre Alves Nardoni, preso há 11 anos no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, pelo assassinato da filha Isabella Nardoni, em março de 2008.

"A promotoria se posiciona de forma contrária à concessão de regime semiaberto a Alexandre Nardoni sem que antes seja realizado o teste de Rorschach", afirmou o MP em nota enviada à reportagem.

Conhecido como "teste do borrão de tinta", o exame de Rorschach é uma avaliação psicológica que pode identificar, segundo os promotores, se o detento tem condições de retornar à sociedade.

Nardoni teve autorização para ir ao regime semiaberto há cerca de uma semana, quando a juíza Sueli Zeraik, da 1ª Vara de Execuções Criminais (VEC) de Taubaté (SP) acatou um pedido da defesa.

Com a progressão, Nardoni pode ter o direito de trabalhar fora da cadeia ou fazer cursos durante o dia e voltar à cela à noite. Além disso, o regime semiaberto permite até cinco saídas prolongadas, em feriados, no decorrer do ano.

No último dia 2, Nardoni deixou sua cela na ala do regime fechado no Tremembé e foi levado para as dependências mais amplas do semiaberto na mesma penitenciária. O detento passou a noite em um alojamento coletivo, com outros 139 presos do semiaberto.

O caso

O casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foi condenado por arremessar Isabella do sexto andar de um prédio na zona norte da capital paulista, na noite de 29 de março de 2008. A madrasta foi condenada a 26 anos. Tanto um como o outro negaram o crime à época.

Nardoni foi condenado a 30 anos de reclusão. Em setembro do ano passado, Podval pediu a progressão de regime para seu cliente à Vara de Execuções Criminais de Taubaté, argumentando que ele já havia cumprido 2/5 da pena, trabalhado mais de 600 dias dentro da penitenciária e que não tinha se envolvido com facções criminosas.

Por bom comportamento e após ter cumprido dois quintos de sua pena, Anna Carolina Jatobá, a madrasta de Isabela Nardoni, foi beneficiada com o regime semiaberto em agosto de 2017. A juíza que aprovou a progressão apontou que, durante todo o período de prisão, Anna Carolina nunca teve uma infração disciplinar.