Topo

STF dá prazo para governo Bolsonaro explicar decreto das armas

10.mai.2019 - O presidente Bolsonaro durante o evento "Nação Caixa", em Brasília - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
10.mai.2019 - O presidente Bolsonaro durante o evento "Nação Caixa", em Brasília Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília*

10/05/2019 12h53Atualizada em 10/05/2019 21h13

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber deu um prazo de cinco dias para que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) dê explicações sobre o decreto que flexibilizou as regras para a compra e porte de armas no país. A decisão da ministra foi dada ontem, mas divulgada hoje (10). O decreto foi assinado na terça-feira (7) e ampliou a possibilidade de porte de armas a diversas categorias profissionais.

O pedido de informações feito por Rosa Weber é uma resposta a uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) movida pelo partido Rede Sustentabilidade. Os advogados do partido argumentam que o decreto viola dispositivos constitucionais e, por isso, seria ilegal.

Em seu pedido, o partido afirma que o decreto viola a "separação dos Poderes" e que o governo teria praticado um "abuso de poder" ao alterar regras que só poderiam ser mudadas a partir da ação do Congresso Nacional.

A ação movida pelo partido tem um pedido de liminar solicitando a suspensão do decreto até que o processo seja julgado.

O decreto que flexibilização a compra e porte de armas no Brasil vem sendo alvo de críticas de diversos setores desde que foi anunciado.

Consultores da Câmara dos Deputados e do Senado apontaram excessos no decreto.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu uma análise da constitucionalidade do decreto.

Hoje, a reportagem do UOL mostrou que o decreto foi anunciado pelo presidente Bolsonaro dois dias antes de o MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) ter dado pareceres jurídicos sobre a medida.

Em seu despacho, Rosa Weber pede que, além da Presidência da República, o MJSP, a Câmara e o Senado ofereçam informações adicionais para que ela possa decidir sobre os pedidos feitos pela Rede Sustentabilidade.

O UOL procurou a Presidência da República para que esta se manifeste sobre o pedido do STF e aguarda resposta. (*Colaborou Luciana Amaral, em Brasília)

Errata: este conteúdo foi atualizado
A matéria informou incorretamente que ADPF é Arguição de Descumprimento de Preceito Constitucional. Na verdade, ADPF é a sigla de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. A informação foi corrigida.