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MG: Paciente acusa técnico de enfermagem de estupro em hospital; laudo nega

Fachada do Hospital João 23, em Belo Horizonte (MG), onde um paciente acusa um funcionário de estupro - Reprodução/Google Street View
Fachada do Hospital João 23, em Belo Horizonte (MG), onde um paciente acusa um funcionário de estupro Imagem: Reprodução/Google Street View

Bruna Alves

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/05/2019 17h30Atualizada em 28/05/2019 16h16

Um técnico de enfermagem de 50 anos é suspeito de estuprar um paciente que estava internado no Hospital João 23, em Belo Horizonte. O fato teria ocorrido no último sábado e a vítima, um homem de 38 anos, teria relatado à mãe que o estupro ocorreu na hora do banho, por volta das 10h.

Um laudo preliminar do exame de corpo delito feito pela vítima no IML (Instituto Médico Legal) indica que ele não teria sofrido estupro. O suspeito do crime nega as acusações e foi liberado pela polícia após a divulgação do resultado do exame.

De acordo com a polícia, o suspeito, que tem sua identidade preservada pela reportagem, teve um desentendimento com o paciente, após uma recusa de masturbação e ambos começaram uma discussão. O funcionário teria pego um óleo mineral para passar no corpo do paciente e em partes que ele se queixava de dores. Foi nesse momento, com luvas, que o funcionário teria colocado o dedo no ânus do paciente. Ainda segundo a polícia, a vítima não conseguiu gritar porque estava muito debilitada.

Ao voltar para o quarto, o homem contou o ocorrido para a mãe, que o acompanhava no hospital. Ela chamou a polícia, e o funcionário foi encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos. O técnico em enfermagem foi ouvido, negou as acusações e acabou liberado após a divulgação de um exame preliminar de corpo delito feito no IML pelo paciente que não constatou o estupro. Porém, o exame detalhado será divulgado apenas em 30 dias.

O suspeito do crime disse que houve apenas uma discussão com o paciente, o que teria motivado a denúncia. Em seu depoimento, ele relatou que a porta do banheiro ficou aberta o tempo todo e que fez o procedimento normal para o banho de um paciente. Foi aberto um inquérito para averiguar a acusação.

O advogado do acusado, Bruno de Paula Assis, afirma que seu cliente, o técnico de enfermagem é inocente e que nunca houve um processo administrativo por desvio de conduta.

"A defesa manifesta que a denúncia feita pela suposta vítima é evasiva, pois não existem quaisquer indícios no inquérito policial de que o crime ocorreu, e sua inocência será provada na Justiça", disse o advogado.

Hospital mantém funcionário em seu quadro

Em nota, a direção do hospital disse que está investigando o caso internamente e manteve o técnico de enfermagem até o resultado final da apuração. Segundo o hospital, a direção irá "avaliar se caberá o afastamento do servidor", quando tudo for esclarecido. O hospital não informou o estado de saúde do paciente.

Em depoimento à polícia, um representante do hospital João 23 informou que o óleo mineral utilizado no paciente é de uso comum para tratar determinadas patologias.