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Morte de pastor: todos que estavam na casa são investigados, diz delegada

A deputada Flordelis e o pastor Anderson do Carmo - Reprodução
A deputada Flordelis e o pastor Anderson do Carmo Imagem: Reprodução

Ana Carla Bermúdez e Marina Lang

Do UOL, em São Paulo e colaboração para o UOL, no Rio

21/06/2019 20h46Atualizada em 21/06/2019 20h58

A delegada Bárbara Lomba, que chefia a Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, disse hoje que a investigação sobre o assassinato do pastor Anderson do Carmo Souza, morto a tiros em sua casa na madrugada do último domingo (16), não irá descartar nenhuma pessoa próxima a ele ou que estava na cena do crime. A declaração foi dada ao RJTV, da TV Globo.

Souza era casado com a deputada federal Flordelis (PSD-RJ), com que tinha 55 filhos, entre biológicos e adotivos. Flávio dos Santos Rodrigues, 38, filho biológico da parlamentar e enteado do pastor, confessou à polícia ter disparado seis tiros contra a vítima.

Na entrevista à TV Globo, a delegada não citou nominalmente a deputada, mas disse que todos que estavam na cena do crime ou próximos ao local são investigados. O pastor foi morto a tiros logo após chegar de carro em casa em Niterói, região metropolitana do Rio, acompanhado da deputada.

"Nós não podemos descartar nenhuma pessoa do alcance da investigação. Então todos que estavam na cena do crime, perto da cena do crime, que conviviam com a vítima de alguma forma, mesmo que não morassem na casa, estão dentro da investigação", disse a delegada em entrevista à TV Globo.

Lomba afirmou que uma das linhas de investigação da polícia é de que o crime tenha relação com a família, mas ainda não se sabe qual a natureza do motivo. "Pode ser econômica, de gestão patrimonial, de recursos, pode ser política, pode ser interpessoal", exemplificou.

Em nota, a assessoria da deputada Flordelis informou que ela recebeu intimação para depor como testemunha, e não como investigada.

"Reafirmamos com base em todos os fatos e informações específicas que dispomos que a deputada federal Flordelis não está sendo investigada", diz o texto.

Próximos passos

Após a confissão, a polícia tenta agora descobrir a motivação --ou motivações-- do crime. A hipótese de crime passional no assassinato do pastor, cujo corpo teve 30 perfurações, muitas delas na região genital, não foi apontada em nenhum depoimento.

Flávio e Lucas dos Santos, 18, filho adotivo do casal suspeito de ter comprado a arma de calibre 9 mm, estão presos. Ontem, a Justiça determinou a prisão temporária dos dois pelo crime de homicídio.

A polícia também quer saber a dinâmica do que aconteceu naquela noite a partir da coleta de mais depoimentos de pessoas que estiveram no local. "A vítima chegou em casa e, poucos minutos depois, teria voltado ao carro. Não se sabe e não há provas de que alguém a tenha chamado", explicou Lomba.

A delegada afirmou hoje que tanto o celular de Souza quanto o de Flávio não foram localizados pela polícia.

"[O celular do pastor] não foi encontrado até hoje. Uma das primeiras medidas foi tentar obter esse celular, que poderia nos dar informações mais precisas e até mesmo elucidar o crime", disse Lomba.

"Temos muito trabalho a fazer ainda. Não está esclarecida a motivação, se a execução aconteceu daquela forma que foi narrada, se há mais pessoas envolvidas. O crime foi domingo. A polícia não pode trabalhar em uma semana e resolver, tem risco de conduzirmos inadequadamente as investigações", acrescentou a delegada. "São muitas motivações possíveis e pode ser mais de uma", finalizou.

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