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RJ: PM reformado e mais 5 são presos por suspeita de integrar maior milícia

João Wainer - arquivo/Folhapress
Imagem: João Wainer - arquivo/Folhapress

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

03/07/2019 09h35Atualizada em 03/07/2019 16h35

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público (MPRJ) prenderam na manhã de hoje seis pessoas suspeitas de integrar e movimentar recursos da Liga da Justiça, apontada como a maior milícia do estado. De acordo com a Polícia Civil, uma empresa de terraplanagem ligada ao grupo paramilitar faturou R$ 42 milhões entre 2012 e 2017. O MP suspeita que ao menos R$ 10 milhões desse montante seja relativo a lavagem de dinheiro de atividades ilícitas do grupo criminoso.

Os presos na operação da manhã de hoje foram Carla dos Santos Alves da Silva, Clayton da Silva Novaes, Fabiana Castilho Alves Duque, Jenilson Simões Gonçalves, Márcio Jacob Hessel e Sidnei Coutinho Perrut. Todos foram denunciados pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Além dos seis presos, estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão. Clayton é PM reformado, segundo informação da investigação.

De acordo com a denúncia, foram investigadas as empresas Macla Comércio e Extração de Saibro, Hessel Locações e Incorporações, Senna Terraplanagem e Jardim das Acácias Mineração pelos crimes de organização criminosa e lavagem de capitais. As investigações apontam que a empresa Macla é de propriedade de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão do chefe da milícia, Wellington da Silva Braga, o Ecko. Os dois estão foragidos.

A quadrilha de Ecko é conhecida por atuar principalmente nos bairros de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência. A atuação deles na região ocorre desde a década de 1990.

De acordo com informações da Polícia Civil, a Justiça decretou o sequestro de bens e bloqueios de contas das empresas.

Procurado, o MP destacou que a indevida vantagem econômica dos milicianos é "obtida através de extorsão de moradores e comerciantes da região, motoristas e proprietários de vans e kombis, legalizados ou piratas, sempre com o emprego de violência ou grave ameaça com uso de arma de fogo".

O UOL entrou em contato com as empresas citadas, mas nenhuma delas respondeu à reportagem. Já os advogados dos seis acusados presos na manhã de hoje ainda não foram identificados.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
A reportagem informou que o faturamento de R$ 42 milhões entre 2012 e 2017 teria sido obtido a partir da lavagem de dinheiro de quatro empresas. Esse valor se refere, contudo, somente à Macla Comércio e Extração de Saibro. A informação foi corrigida.