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Marido é preso suspeito de espancar mulher até a morte em Mato Grosso

Mãe relata que Bruna foi espancada até a morte pelo marido em Mato Grosso - Reprodução/Facebook
Mãe relata que Bruna foi espancada até a morte pelo marido em Mato Grosso Imagem: Reprodução/Facebook

Bruna Alves

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/07/2019 15h34

Uma mulher foi espancada até a morte pelo marido, na madrugada de ontem, em Campo Verde (MT), de acordo com a Polícia Civil. Paulo André de Oliveira, 36, foi preso pouco depois do crime e teria confessado que assassinou Bruna Francisca da Silva, 23, por supostamente ter sido traído pela vítima.

Bruna havia voltado de uma exposição agropecuária na cidade e estava com a família na casa de sua mãe. Segundo a investigação, por volta das 4h30, a mãe de Bruna começou a ouvir gritos da filha, que pedia para Paulo não "fazer isso".

Em depoimento à polícia, a mãe da vítima disse que correu para a lavanderia, onde estava o casal, e tentou socorrer a filha. Bruna apanhava do marido com chutes e socos no rosto, mas ele disse para a sogra "não se meter" e a segurou pelo pescoço. A mãe de Bruna caiu em cima da filha, mas foi solta, quando Paulo André viu as duas filhas, de dois anos, chegarem chorando assustadas.

"Paulo mandou ela cuidar das filhas, trancou-as dentro do quarto e pegou seu aparelho celular. Do quarto, a mãe ouviu a filha gritar, pedindo a Paulo que parasse com as agressões", disse o delegado Mario Santiago, responsável pelo caso.

A mãe de Bruna relatou no depoimento que ouviu os gritos de socorro da filha e sons de pauladas por mais de uma hora. "Por volta das 6h, a mãe escutou a filha pedindo a ele para parar, que não aguentava mais nada, e depois não ouviu mais", informou a Polícia Civil.

Em seguida, o homem abriu a porta do quarto e deixou a sogra sair. A mulher correu para ver a filha e a encontrou com o "rosto todo deformado por causa das pancadas". Ao perceber que a mulher havia morrido, Paulo André teria se desesperado, devolvido o celular para a sogra e fugido. A mãe da vítima ligou para o Samu e chamou a polícia, que localizou o suspeito pouco depois.

O delegado Mario Santiago disse que, em depoimento, o suspeito se mostrou arrependido e contou que o crime teria sido motivado por uma suposta traição. "A versão dele é de que eles estavam saindo de uma festa. Ela foi na frente dele e ele não achava táxi. E quando achou o táxi, ela estava parada ao lado de uma motocicleta beijando outra pessoa. Ele parou o carro e botou ela para dentro e em casa desferiu os golpes usando uma ripa", afirmou o delegado.

O taxista, porém, desmentiu a versão apresentada pelo suspeito e negou que ele tenha visto a mulher beijando outra pessoa naquele momento.

"Anos de agressões"

Bruna era casada com Paulo havia cerca de cinco anos, mas vivia um relacionamento conturbado, de acordo com a mãe. O marido trabalhava como caseiro em uma serraria desativada, na zona rural de Campo Verde, onde morava com a mulher e as duas filhas gêmeas.

A mãe da vítima disse à polícia que a filha sempre sofreu agressões físicas do marido, mas nunca chegou a prestar queixa na delegacia. Procurados pela reportagem, familiares da vítima pediram para não falar sobre o caso. O suspeito tem passagem por tráfico de drogas e deve responder pelo crime de feminicídio. De acordo com a polícia, ele não havia constituído advogado até a publicação da reportagem.