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Homem é suspeito de matar ex e filho; vítima tinha medidas protetivas

Marcellus Madureira

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

30/07/2019 14h51Atualizada em 30/07/2019 18h17

Uma mulher de 44 anos e seu filho de 22 anos foram assassinados na noite de ontem em Belo Horizonte. O principal suspeito é Paulo Henrique da Rocha, 33, ex-marido de Tereza Cristina Peres de Almeida que teria um histórico de agressões contra a vítima, de acordo com a polícia.

Segundo familiares, Tereza sofria constantes ameaças do ex-companheiro. Eles se divorciaram no início de 2019 e a vítima tinha várias medidas protetivas contra o ex-marido.

Na noite de ontem, a agente de saúde e fisiculturista andava próximo à avenida Bernardo Vasconcelos, uma das mais movimentadas da capital mineira, quando encontrou o suspeito. Câmeras de segurança mostram que Paulo Henrique se aproximou de um carro, abriu o porta-malas e guardou um objeto, que seria supostamente a arma usada no crime.

Ao encontrar a vítima, ele sacou a arma e efetuou o primeiro disparo. Tereza ficou caída no chão e o suspeito deu mais três tiros. Paulo Henrique ainda é suspeito de matar o advogado Gabriel Peres Mendes, 22, filho de Tereza, com um tiro no ouvido na mesma noite. Porém as câmeras não captam o momento do segundo assassinato. Gabriel não era filho de Paulo Henrique, mas morou com o casal e havia sido aprovado recentemente na prova da OAB.

Em fevereiro de 2019, Tereza deu uma entrevista para a TV Record Belo Horizonte e relatou o relacionamento conturbado e as ameaças sofridas. Na época, o homem foi procurado pela reportagem e negou a existência dos problemas.

O suspeito está foragido e a Polícia Civil.

Medidas por violência e danos materiais

Em coletiva de imprensa, a delegada que investiga o caso, Isabella Franca, da Divisão Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso e a Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerância informou que o casal já havia passado por problemas e o acusado respondia a inquéritos.

"Em novembro de 2017, ela compareceu à delegacia solicitando uma medida protetiva por vias de fato e crime de dano material. Em janeiro de 2019, ela retornou à delegacia relatando lesão corporal, fez exame de corpo delito e pediu mais uma vez a medida. Em fevereiro deste ano, a vítima voltou a registrar um boletim contra ele por ameaças. Foram solicitados três pedidos de medida protetiva, que foram deferidos. Temos cinco inquéritos instaurados, ele foi ouvido apenas em um dos procedimentos, em abril deste ano", explicou Franca.

A Polícia Civil confirmou ainda que o acusado chegou a assinar um termo na delegacia confirmando saber da existência das medidas.