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Além de ouro, ladrões roubaram esmeraldas, relógios e colar em aeroporto

Marcela Leite

Do UOL, em São Paulo

06/08/2019 17h32Atualizada em 07/08/2019 10h06

A Polícia Civil informou hoje que, além de 718,9 kg de ouro levados do terminal de cargas do aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, a quadrilha levou mais 51 kg do metal (R$ 2,3 milhões), esmeraldas --no valor de US$ 25 mil--, com destino aos Emirados Árabes, além de 18 relógios e um colar da Louis Vuitton que iriam para a Suíça.

Segundo a polícia, teriam participado da ação, ocorrida em 25 de julho, 14 criminosos, e não dez, como dito anteriormente.

Ontem, a Justiça decretou as prisões preventivas de seis pessoas que estariam envolvidas no roubo. Quatro suspeitos já estão presos e outros dois ainda são procurados pela polícia.

No último sábado (1º), policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) prenderam Marcelo Ferraz, o Capim, quarto suspeito de participar da ação.

Segundo a polícia, a carga de quase 720 kg de ouro corresponde a cerca de R$ 110 milhões.

Gravada por câmeras de segurança, a ação dos criminosos durou menos de cinco minutos --desde a entrada dos criminosos no local até a fuga, de acordo com policiais federais. Não houve tiroteio e ninguém ficou ferido.

Depois de clonarem dois carros com adesivos da Polícia Federal, munidos de armas de grosso calibre, balaclavas e coletes à prova de balas, os homens obrigaram funcionários do terminal a colocarem o ouro nos veículos.

Célio Dias foi o terceiro suspeito foi preso na última segunda-feira (29), com um carregador de fuzil contendo 31 projéteis calibre .762mm, de uso restrito. A Polícia Civil de São Paulo disse acreditar que ele possa ter oferecido a logística para o transbordo da carga para outros veículos.

Pelos crimes de roubo, extorsão mediante sequestro, falsidade ideológica e participação de organização criminosa, os suspeitos podem pegar 20 anos de prisão, segundo a polícia.

Quem são os presos

Peterson Patrício - supervisor de segurança da GRU Airport, teve a família sequestrada um dia antes do crime;

Marcelo Ferraz, o Capim - já foi condenado por roubo e tráfico de drogas, segundo a polícia;

Peterson Brasil - amigo de Peterson Patrício;

Célio Dias - trabalhava no estacionamento em que a quadrilha abandonou as viaturas clonadas.

Foragidos

Francisco Teotonio da Silva Pasqualini - preso pela primeira vez em 1982, é o mentor intelectual do crime, reincidente nesse tipo de crime;

Joselito de Souza - dono do estacionamento onde foi feita a clonagem das viaturas.

Ligação com roubo da Prosegur

De acordo com os delegados Pedro Ivo Corrêa e João Hueb, da 5ª Delegacia do Patrimônio (Delegacia de Investigações sobre Roubo a Banco), a quadrilha que roubou o carro-forte da empresa de segurança Brinks, em Guarulhos, é uma ramificação de outra organização criminosa que atua desde 2013 e que teria sido responsável pelo assalto à empresa Prosegur no Paraguai, em 2017. Foram roubados cerca de R$ 40 milhões na ação.

Os delegados afirmam que organizações criminosas como essa, sempre buscam um funcionário para ajudar no crime, assim como foi feito com Peterson Patrício.

Apesar da ligação com outra organização, a polícia afirmou que não apurou que houve participação de facções criminosas.

Caminho do ouro

A polícia apura se o ouro foi dividido e cada um dos criminosos tenha pegado sua parte. No entanto, segundo as investigações, a tendência de organizações criminosas como esta é que o metal seja mandado para países do exterior, como China, onde o ouro é mais caro.

Filetes de ouro são colocados dentro de celulares e levados para a China, por exemplo, pelos chamados "formiguinhas", responsáveis por levar quantidades pequenas do metal.

Na tarde de ontem, um comerciante chinês foi preso na região da avenida Paulista com dez chapas de ouro, que pesavam cerca de 1,1 kg, no total. Ele já passou por audiência de custódia e deve continuar na prisão. A polícia ainda investiga se há ligação com o roubo em Guarulhos.