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Estudante é presa em BH suspeita de realizar abortos em hotéis

Divulgação/PCMG
Imagem: Divulgação/PCMG

Do UOL, em São Paulo

07/09/2019 14h47Atualizada em 07/10/2019 18h41

Uma estudante universitária suspeita de realizar abortos em hotéis de Belo Horizonte foi presa ontem pela Polícia Civil. Luciane Fernandes Ferreira, de 37 anos, foi detida em um hotel, no Bairro União, região leste da capital mineira.

Ela havia reservado dois quartos no local para fazer dois procedimentos abortivos. Foram apreendidos medicamentos, R$ 9.500 em dinheiro e materiais cirúrgicos. Na casa da suspeita, em Ribeirão das Neves, foram encontrados mais remédios, além de R$ 12 mil em dinheiro, equipamentos eletrônicos e exames médicos.

As gestantes que estavam no hotel aguardando pelo procedimento foram ouvidas e liberadas. O Código Penal não prevê punição em ato preparatório.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações começaram há quatro meses a partir da denúncia de que uma página em uma rede social estaria oferecendo serviço de procedimento abortivo.

Os clientes faziam o primeiro contato ela pela rede social e, em seguida, essa negociação passava a ser realizada via WhatsApp. Quanto mais avançada estava a gestação, maior o valor cobrado pelo serviço. Segundo a polícia, as interrupções eram feitas em gestantes com até 30 semanas de gravidez.

Áudios obtidos pela polícia apontam que a estudante atendia pessoas de todo o país e até de fora do Brasil. Um casal teria vindo de Lisboa, Portugal, para realizar o procedimento com ela.

O Chefe da Divisão Especializada em Investigação de Crimes Contra a Vida (DICCV), delegado Emerson Morais, informou que a polícia já identificou 25 mulheres que teriam realizado aborto com Luciane. Elas serão intimadas e terão que apresentar a certidão de nascimento da criança, atestado de óbito ou laudo médico justificando a interrupção da gravidez. Caso não consigam comprovar a interrupção legal da gestação, terão que responder na justiça.

Luciane será ouvida e pode responder pelo crime de provocar aborto com o consentimento da gestante e por armazenar medicação proibida. A polícia investiga ainda quem seriam os fornecedores dos medicamentos de uso restrito utilizado por ela.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informou a matéria, Luciane Fernandes Ferreira é estudante universitária, e não enfermeira. A informação foi corrigida.