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Rio: famílias de mortos em operação na Maré criticam demora da polícia

José Lucena/Estadão Conteúdo
Imagem: José Lucena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

09/09/2019 09h59


Os corpos do barbeiro Pedro Sousa, de 59 anos, e do jovem Lucas Rodrigues de Melo, de 18 anos, foram enterrados ontem no Rio de Janeiro. Os dois foram mortos durante uma operação realizada pela PF, em conjunto aos policiais militares, no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, na sexta (6). As informações são do jornal O Globo.

Em clima de revola, os parentes se despediram das vítimas e fizeram criticas à policia. A mãe de Lucas, Alessandra Rodrigues, alega que o corpo do adolescente demorou 24 horas para ser liberado.

"A morte dele não estava registrada nem na DH, nem na 21ªDP. Não tinha nada registrado. O pai dele ficou no IML até 20h de sexta, e o corpo não tinha chegado porque ninguém sabia que ele tinha morrido. Não fizeram o boletim de ocorrência, não fizeram nada. O meu filho ficou numa sala com ar no hospital de um dia para o outro. Só ontem que ele foi para o IML", disse ela.

Já a filha de Pedro Sousa questionou a demora na ralização da perícia pela polícia. Foram mais de seis horas de espera.

"A gente não sabe por que, nem em quem, só sei que meu pai foi atingido. Ele ficou lá durante seis horas. O pessoal da ONG Redes da Maré me ajudou bastante, ficou até o final. Elas que conseguiram fazer com que tivesse a perícia. Nesse meio tempo, liguei para a Samu, falaram que não iriam porque meu pai já estava em óbito. Liguei para a PM e abriram a ocorrência e me disseram que precisavam da autorização do batalhão mais próximo para entrar na comunidade. E então ele ficou lá até 23h, até a perícia chegar", relatou ela ao jornal.

A operação da PF tinha como objetivo desativar uma rádio clandestina que atrapalhava o funcionamento do aeroporto Santos Dumont. Os policiais militares também atuaram na região para reprimir o tráfico de drogas, combater o roubo de carga e localizar suspeitos.

À reportagem, a assessoria da Polícia Civil informou que "tão logo houve o acionamento, a equipe seguiu para o local para realização da perícia".

Em nota, a PM explicou que três criminosos foram presos nas operações, "além de armas e drogas terem sido apreendidas", e que também foi verificado que duas pessoas feridas deram entrada, por meios próprios, ao Hospital Geral de Bonsucesso.