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PF prende homem acusado de matar Gegê do Mangue, líder do PCC

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, assassinado a mando de Marcola em fevereiro de 2018 - Reprodução
Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, assassinado a mando de Marcola em fevereiro de 2018 Imagem: Reprodução

Do UOL*, em São Paulo

31/10/2019 20h34Atualizada em 31/10/2019 22h58

A Polícia Federal prendeu na tarde de hoje André Luis da Costa Lopes, conhecido como 'Andrezinho da Baixada', acusado de matar dois dos líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no Ceará.

André foi preso em Praia Grande, no litoral paulista, por agentes da Delegacia de Repressão a Drogas de São Paulo (DRE/SP) com apoio da Delegacia de Repressão a Drogas do Ceará (DRE/CE). Ele cumprirá mandado de prisão preventivo, expedido pela 1ª Vara da Comarca de Aquiraz (CE).

Ele é acusado de ter matado Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e seu parceiro Fabiano Alves de Souza, o 'Paca', em fevereiro de 2018. André foi conduzido para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, onde também será autuado em flagrante delito por uso de documento falso.

Relatório aponta "traição"

Nesta semana, o UOL mostrou que Gegê foi morto pela facção por não cumprir o que havia prometido e desviar dinheiro do PCC. As informações constam em um relatório sigiloso do Núcleo Regional de Inteligência e Segurança Penitenciária da Croeste (Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado de São Paulo).

Segundo o documento, em 1º de fevereiro de 2017, ao deixar a prisão, Gegê do Mangue prometeu resgatar Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, que estava detido na penitenciária dois de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.

"Gegê passou a ser a principal liderança da facção em liberdade, assumindo o controle de todas as atividades criminosas do grupo. Teria prometido, no momento de sua liberdade, que iria resgatar Marcola, com quem possuía uma imensa dívida de gratidão. Teria dito que Marcola não precisava fazer nada relacionado ao plano, pois toda a execução seria feita por ele. Porém, não o fez, e aproveitando-se do fato de ser a principal liderança em liberdade, voltou todos os seus esforços para o tráfico de drogas em benefício próprio, porém, utilizando a estrutura da facção", aponta o relatório.

Ainda de acordo com o documento, "após ficar um ano em liberdade e nada fazer em prol da facção, nem tampouco organizar a ação de resgate, Gegê foi assassinado a mando de Gilberto Aparecido dos Santos, vulgo Fuminho, um dos maiores traficantes de drogas brasileiro e amigo de infância de Marcola. Fuminho teria percebido que Gegê não tinha interesse algum na liberdade de Marcola, pois, uma vez resgatado, Gegê passaria a ser um coadjuvante na facção e Marcola descobriria as diversas irregularidades praticadas por ele", indica a investigação.

Paralela ao relatório da investigação da Croeste, apuração do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) aponta que Gegê e Paca foram mortos a mando da cúpula do PCC porque se suspeitava que eles estariam roubando a própria facção, em remessas de cocaína que sairiam do porto de Santos (SP) para outros continentes. A informação é de Lincoln Gakiya, promotor de Justiça considerado como o principal investigador do país contra a facção.

A trajetória do PCC

UOL Notícias

*Com reportagem de Luís Adorno, do UOL em São Paulo

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informou o quarto parágrafo, Gegê foi vítima de Andrezinho da Baixada, e não algoz. A informação foi corrigida.