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Homem é morto a pauladas, e mulher confessa crime após abuso sexual

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, de Porto Alegre

20/11/2019 14h45

Um homem de 45 anos foi morto a pauladas em Porto dos Gaúchos (MT), a 475 quilômetros de distância de Cuiabá. Uma mulher de 48 anos confessou o crime, alegando ter sido agredida por Mario Aparecido Lelis, que também teria tentado fazer sexo com ela.

Conforme o delegado Albertino Felix, responsável pela investigação, a mulher chegou à delegacia e apresentava machucados nas pernas e pequenas escoriações pelo corpo e, por isso, foi encaminhada para realização do corpo delito.

O crime aconteceu no último domingo (17) e o caso só veio à tona no dia seguinte quando a polícia recebeu uma denúncia. Um amigo da vítima, que estava dormindo na casa dele, ficou preocupado com o sumiço repentino de Lelis e passou a procurá-lo.

A polícia foi até a casa da mulher e localizou o corpo nos fundos da casa, descoberto e com sinais de agressão nas costas. O pedaço de madeira utilizado por ela foi encontrado e apreendido pelos investigadores, porém, sem sinais de sangue.

A polícia já ouviu mais de dez pessoas para esclarecer o crime. Entre elas, outros três homens que estavam na casa da mulher. As testemunhas afirmaram que todos estavam bebendo, mas negaram que Lelis agrediu-a ou tentou manter relações sexuais com ela.

Os três homens afirmaram que mulher fazia programas sexuais, o que foi negado por ela em depoimento. Segundo o delegado, o trio foi embora no momento que a mulher tomou o pedaço de madeira nas mãos e, por isso, não presenciaram o crime. "Os outros que bebiam saíram de lá para também não serem agredidos", relata Félix.

Após ser ouvida, ela foi liberada. Conforme o delegado, não havia requisitos legais para a prisão em flagrante, já que a mulher não foi localizada momentos após a morte. "O cadáver já estava em rigidez cadavérica. Não havendo assim situação de flagrante delito."

O inquérito ainda está em andamento, porém, Felix descarta que ela tenha agido em legítima defesa. "As testemunhas não confirmam o que ela disse. E ela depois de atingir a vítima, disse que continuou dando as pauladas. Poderia ter parado as agressões", observa.

Além de homicídio doloso (quando há intenção de matar), a mulher vai responder por fraude processual, já que foi identificado que ela mudou a cena do crime. Segundo o delegado, as primeiras pauladas ocorreram na varanda da casa e, em seguida, ela teria arrastado o homem ainda com vida para dentro da casa e desferido mais golpes. No dia seguinte, levou o corpo para o quintal. De acordo com o delegado, a dinâmica do crime ficou comprovada com o depoimento das testemunhas e por análise do local.