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Adolescente morre após ser atingido por tiro acidental disparado por irmão

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

04/12/2019 13h52

Um adolescente de 12 anos morreu após ser atingido por um tiro disparado de forma acidental pelo irmão de 13 anos em um condomínio de luxo em Anápolis, a 60 quilômetros de Goiânia. O caso aconteceu na tarde de ontem na casa da família. Apenas a empregada estava no local, já os pais estavam trabalhando. Os nomes não estão sendo divulgados pela polícia por se tratar de menores de idade.

Em depoimento à polícia, ainda no condomínio, o adolescente de 13 anos contou que estava brincando com o irmão pela casa e foram até o quarto dos pais. Segundo o delegado do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) Vander Coelho, responsável pelo caso, o adolescente tentou abrir o cofre onde estava a arma. "Ele disse que conseguiu anotar os números ao ver o pai abrindo e testou para abrir e deu certo."

O adolescente passou a manusear a arma, que acreditava que estivesse descarregada, quando deu o disparo que atingiu o irmão na região do tórax. Em seguida, ele saiu correndo do quarto e foi pedir ajuda, inicialmente para a empregada da família e depois para vizinhos. Um bombeiro militar, que mora ao lado, prestou os primeiros socorros enquanto a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estava a caminho. Entretanto, os socorristas chegaram ao condomínio e já atestaram a morte do menino.

Para a polícia, o adolescente detalhou como ocorreu o disparo e detalhes pessoais. "Ele contou que tinha bom relacionamento com o irmão e que não tinha intenção de praticar o crime", contou Coelho.

A arma tem mais de 100 anos e era considerada item de colecionador. Segundo o pai dos adolescente, o armamento era uma herança da família e, por isso, não foi registrado. Em depoimento à polícia, o homem contou que tomava todos os cuidados com a arma e não sabia que o filho tinha memorizado a senha do cofre. Segundo o delegado, o pai pode responder por posse ilegal de arma. "Ontem ele estava muito exaltado, não conseguia explicar direito a situação da arma. Caso não tenha registro, pode responder por posse ilegal", observou Coelho.

Já o adolescente vai responder por ato infracional análogo ao crime de homicídio culposo (sem a intenção de matar). Segundo o delegado, não cabia a detenção dele por não ter sido configurado conduta dolosa (quando há intenção de matar). Já o pai não foi preso por ter se apresentado espontaneamente à polícia.

A empregada foi ouvida informalmente na casa, mas, o conteúdo da conversa não foi revelado. Ela e outras testemunhas devem ser chamadas para depor na delegacia. Segundo o laudo, o laudo da necropsia, que vai apontar a causa da morte, ainda não foi entregue. Agora a polícia tem 30 dias para concluir o procedimento.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no 2° parágrafo, o adolescente tem 13 anos e não 12. A informação já foi corrigida.