Topo

Esse conteúdo é antigo

Governador: Traficante mandou matar motoristas após mãe ter corrida negada

Quatro motoristas foram mortos na periferia de Salvador - Reprodução/TV Globo
Quatro motoristas foram mortos na periferia de Salvador Imagem: Reprodução/TV Globo

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

18/12/2019 20h18

A chacina que vitimou quatro motoristas de transporte por aplicativo em Salvador, na última sexta-feira (13), foi ordenada por um traficante da comunidade Paz e Vida, localizada no bairro Santo Inácio, em Salvador (BA), que ficou irritado porque a mãe dele não conseguiu uma corrida. A informação foi divulgada pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT). A Polícia Civil confirmou que essa é a principal linha de investigação do crime. Três suspeitos de participar da chacina morreram.

Cinco motoristas receberam chamados para corridas, acionados via aplicativos da Uber e da 99, por duas pessoas que estavam na comunidade. Ao chegarem ao local da suposta corrida, as vítimas foram rendidas por três homens e colocadas dentro de um barraco. Quatro deles foram assassinados com golpes de facão e um conseguiu fugir da emboscada. Ele acionou a polícia. Os corpos dos quatro motoristas foram localizados numa área de mata, enrolados em sacos plásticos, a cerca de 10 metros do barraco.

O governador disse que a motivação foi uma retaliação de um traficante, que não teve o nome divulgado, porque a mãe dele teve corrida cancelada por outros motoristas de transporte por aplicativo e reportado que havia falta de segurança na comunidade. O traficante teria se irritado e ordenou as mortes em retaliação a recusa.

A Polícia Civil confirmou ao UOL na tarde de hoje que o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) tem como principal linha de investigação a mesma informação dada pelo governador. Mas, as apurações estão em curso.

A polícia informou que o suspeito de liderar a chacina, Jeferson Palmeira Soares dos Santos, 32, foi identificado, na última segunda-feira (16), após a polícia ter encontrado o corpo dele, com marcas de tiros, em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, no domingo (15).

Outros dois suspeitos de envolvimento na chacina são identificados pelos nomes de Antônio Carlos Santos de Carvalho, 19, e Marcos Moura de Jesus, 30. Eles morreram em confronto com Policiais Militares, nas proximidades do condomínio Quinta da Glória, em Itinga.

"Os policiais aguardavam a chegada de um guincho para a remoção de um veículo com restrição de roubo, quando outro carro, com três homens, chegou e encontrou a guarnição. Eles já desceram do segundo carro atirando", contou o major Sérgio Dias. O terceiro suspeito conseguiu fugir.

A polícia apreendeu dois revólveres, de calibres 32 e 38, que estavam com os suspeitos. "As investigações seguem, com o objetivo de prender outros envolvidos no crime", informou a polícia civil.

Segunda chacina

O governador e a polícia informaram também que a segunda chacina ocorrida no fim de semana em Salvador, que vitimou um bebê, uma mulher e dois homens, foi motivada por briga entre grupos criminosos rivais. A série de mortes ocorreu no último sábado (14), na avenida Juracy Magalhães.

As quatro vítimas foram encontradas baleadas, sendo três mortas, na ladeira de acesso ao condomínio de luxo Vale do Loire. Até agora, nenhum suspeito de autoria da chacina foi preso.

"Conforme a declaração do governador, a motivação investigada, é a rivalidade entre grupos de traficantes. A autoria dos crimes ainda não está definida", informou a polícia.

Segundo Costa, traficantes de Santo Amaro e Saubara, municípios localizados no recôncavo baiano, foram morar em Salvador e vingaram a morte de um integrante do grupo criminoso, ocorrida em novembro. O nome do criminoso morto não foi divulgado e nem a cidade que ocorreu o assassinato.