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Família morre em acidente ao voltar de reencontro com parentes após 30 anos

Érika, Luiza, Izabela, Afonso e Maria Eduarda: pais e filhas morreram em um acidente rodoviário - Reprodução/Redes sociais
Érika, Luiza, Izabela, Afonso e Maria Eduarda: pais e filhas morreram em um acidente rodoviário Imagem: Reprodução/Redes sociais

Felipe de Souza

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

14/01/2020 20h35Atualizada em 15/01/2020 17h45

Dor, comoção e uma sensação de que "algo não está totalmente esclarecido". Esse foi o sentimento das pessoas que foram ao enterro de cinco integrantes da família Araújo Gomes, no Cemitério das Palmeiras, em Paulínia (a 130km de São Paulo). O carro conduzido por Érika Cristina de Araújo, 38, colidiu de frente com um caminhão na BR-116, em Itaobim (MG), na madrugada do último domingo (12). Ela, o marido e os três filhos morreram. O outro motorista não se feriu.

Todos eram muito conhecidos na cidade, e a casa era um ponto de encontro da família. Moradores do bairro Bom Retiro, na periferia de Paulínia, eles tinham uma mercearia havia seis anos. Érika cuidava do estabelecimento durante a semana. O marido, Afonso da Silva Gomes, era soldador e trabalhava na loja aos fins de semana.

As vítimas:

  • Érika Cristina de Araújo, 38, condutora do carro
  • Afonso da Silva Gomes, 48
  • Luiza Cristina Araújo Gomes, 11
  • Maria Eduarda Araújo Gomes, 15
  • Izabela Caroline Araújo Gomes, 18

Ele era de Manaíra (PB) e veio para São Paulo quando tinha 18 anos. Havia 30, não visitava os parentes no Nordeste. O último encontro foi justamente antes do acidente fatal.

A família decidiu viajar em 22 de dezembro para o Nordeste. Na madrugada do mesmo dia, pegaram o carro e partiram. "Eles postaram fotos em todos os locais onde passaram. Ela estava fazendo todas as paradas, o carro estava revisado. Eles até trocaram os pneus saindo da Paraíba, porque ela disse para nossa mãe que queria fazer uma viagem segura de volta", diz Fernando Faria, irmão de Érika.

Segundo o analista fiscal, o último contato foi no sábado (11), às 22h30, quando ela disse que tinha passado o dia na Bahia, e ia descansar. A comerciante era a única que tinha carteira de habilitação, por isso a viagem era feita em etapas, com paradas em vários locais.

O acidente aconteceu por volta das 4h30 de domingo (12), na altura do km 110.

Érika, Afonso e Luiza morreram no local do acidente. Izabela e Maria Eduarda foram levadas com vida para o Hospital Vale do Jequitinhonha, em Itaobim. A jovem de 18 anos morreu poucos minutos depois de dar entrada na unidade. Maria Eduarda deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu aos ferimentos. A morte foi confirmada na madrugada de ontem.

Os corpos chegaram a Paulínia no final da noite de ontem. Não houve velório. Os caixões lacrados foram sepultados um a um, depois de uma rápida cerimônia, com a presença de familiares e amigos. A chegada ao Cemitério das Palmeiras aconteceu depois de uma carreata que saiu do Velório Municipal, no centro da cidade.

A Prefeitura de Paulínia decretou luto oficial de três dias pela morte da família.

Polícia investiga se Érika dormiu; irmão rebate

A Polícia Rodoviária Federal afirma que o carro conduzido pela comerciante invadiu a pista contrária e colidiu com um caminhão que seguia no sentido contrário. Uma das suspeitas, segundo a PRF, é de que ela teria dormido ao volante.

O analista fiscal rebate. Ele acredita que foi o caminhão que causou o acidente. "Algumas pessoas que moram na cidade e passaram pelo trecho entraram em contato comigo disseram que as marcas de freada do caminhão estão na contramão dele, em direção ao veículo da minha irmã", diz.

Um inquérito foi aberto na Delegacia de Itaobim. As causas do acidente ainda são investigadas. O motorista do caminhão ainda não foi ouvido.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informou a matéria, Érika era comerciante, e não dona de casa. A informação foi corrigida.