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"O que aconteceu foi mais um furacão, um terremoto", diz prefeito de BH

25.jan.2020 - Chuva forte provoca alagamentos e transtornos em Sabará, região metropolitana de Belo Horizonte - Hanna Gabriela/Estadão Conteúdo
25.jan.2020 - Chuva forte provoca alagamentos e transtornos em Sabará, região metropolitana de Belo Horizonte Imagem: Hanna Gabriela/Estadão Conteúdo

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

25/01/2020 13h42Atualizada em 25/01/2020 18h25

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), comparou a chuva que vem atingindo Belo Horizonte há três dias a "um furacão, um terremoto".

A declaração foi dada hoje durante visita à Vila Bernadete, na capital mineira, onde duas pessoas morreram após um deslizamento. "O que aconteceu em Belo Horizonte é mais um furacão, um terremoto", afirmou Kalil.

De acordo com o Corpo dos Bombeiros, ao menos 14 pessoas morreram em todo o estado em virtude do mau tempo,

O prefeito negou que a responsabilidade seja do seu governo. "Essa água vem do céu, não vem de incompetência administrativa", disse o prefeito. Ele afirmou que não é herói para assumir uma culpa pelo que acontece há 50 anos no município,

"Peço desculpa, sou um cara indignado, trabalho feito cavalo e trabalho para a gente (...) Não sou herói de assumir o que não é (culpa minha). Em desastres, não há responsabilidades. Uma área de 50 anos estabilizada (sic) e agora acontece uma coisa dessa", afirmou Kalil.

O prefeito ainda disse, diante de moradores do Barreiro, que uma máquina da prefeitura irá auxiliar os trabalhos das equipes de Bombeiros no local, porque a situação do solo dificulta o trabalho dos bombeiros: "Se os bombeiros entrarem, podem ser soterrados, nunca imaginei que a terra pudesse estar tão molhada."

"Peço desculpas, eu acho sinceramente que nesse caso aqui, especificamente, a chuva veio do céu", afirmou.

Kalil explicou ainda que disponibilizou para os trabalhos de resgate "a maior equipe já montada". Segundo o prefeito, a Defesa Civil do município registrou mais de 500 chamadas, que foram atendidas em ordem cronológica e de gravidade.

"Nem se colocasse toda a Defesa Civil de Minas Gerais ia dar jeito. Acontece que trincou e desbarrancou, tem que sair de casa", comentou. Segundo Kalil, até o momento, 50 famílias foram removidas de suas casas no Barreiro.

O prefeito ainda alertou a população para a importância de se proteger e procurar colaborar com a Defesa Civil. "Agora é hora de alertar a população. A Defesa Civil não pode entrar na cidade de todo mundo (...) O plano diretor (de Belo Horizonte), que o empresariado bateu e gritou, serve para que isso não aconteça mais", disse.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobrevoou no início da tarde deste sábado (25), de helicóptero, a Vila Bernadete, no Barreiro.

Mais cedo, em Brumadinho (MG), Zema falou sobre as chuvas, disse que visitaria regiões afetadas e reclamou de famílias que voltaram para suas casas após serem removidas:.

"Infelizmente aconteceram algumas tragédias. Vale lembrar que algumas delas poderiam ter sido evitadas, porque foi informado que algumas famílias chegaram a ser removidas de suas moradias, que ofereciam riscos, e horas depois voltaram, se abrigaram lá e, depois, essas moradias foram soterradas."

Ministro vai sobrevoar Minas e Espírito Santo

O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, vai amanhã à Minas Gerais e ao Espírito Santo para avaliar os estragos causados pela chuva nos dois estados. No Espírito Santo, nove pessoas morreram nesta semana em virtude dos temporais, entre elas duas crianças.Em seu perfil no Twitter, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB-ES) confirmou a ida do ministro.

Mais cedo, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) também já havia trazido a informação da visita do representante do governo federal a Minas.