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Homem que usou suástica no braço em MG vira réu por apologia ao nazismo

José Eugênio Adjuto usou braçadeira com suástica nazista em bar em Unaí (MG) - Arquivo pessoal - 14.dez.2019
José Eugênio Adjuto usou braçadeira com suástica nazista em bar em Unaí (MG) Imagem: Arquivo pessoal - 14.dez.2019

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

27/01/2020 12h38

Resumo da notícia

  • Justiça aceitou a denúncia do MP contra o fazendeiro José Eugênio Adjuto
  • Ele foi flagrado em um bar de Unaí usando uma braçadeira com a suástica
  • O crime prevê pena de até cinco anos de prisão em regime fechado
  • Adjuto alegou que "usou o símbolo religioso antigo de felicidade", e não teria feito alusão ao nazismo

A Justiça de Minas Gerais aceitou hoje a denúncia do MP (Ministério Público) contra o fazendeiro José Eugênio Adjuto, 57, por apologia ao nazismo. O juiz da Vara Criminal de Unaí, Rafael Lopes Lorenzoni, marcou a primeira audiência do caso para 13 de maio.

Adjuto foi flagrado em um bar de Unaí (605 km de Belo Horizonte), e filmado, usando uma braçadeira com a suástica nazista em dezembro do ano passado.

O fazendeiro, agora, é réu e vai responder por apologia ao nazismo. O crime prevê pena de até cinco anos de prisão em regime fechado. A braçadeira foi fabricada artesanalmente pelo fazendeiro.

De acordo com a Vara de Unaí, o fazendeiro não nomeou ainda advogado para a sua defesa. O UOL não conseguiu contato com ele.

Adjuto foi apontado na peça de acusação como conhecedor profundo da história da Segunda Guerra Mundial e por possuir posições extremistas.

Em depoimento à polícia, ele alegou que "usou o símbolo religioso antigo de felicidade", e não teria feito alusão ao nazismo.

Os promotores citam uma lei de 1989 que diz que é crime "fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo".

As acusações do MP contra Adjuto mostram que o denunciado "produziu artesanalmente a braçadeira contendo o símbolo em seu braço esquerdo, acima do cotovelo, como tradicionalmente utilizavam os nazistas".

"Ainda assim, e mesmo advertido pelas pessoas presentes ao local, indignados e incomodados com o fato, o denunciado recusou-se, por duas vezes, a retirar o adorno, com evidente intenção de propagar ideias nazistas", dizem os promotores na acusação.

Fazendeiro foi filmado com a braçadeira

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