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Suspeito preso estuprou mulher antes de matar turista em Paraty, diz vítima

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

06/02/2020 18h32Atualizada em 07/02/2020 11h46

A mulher do turista lituano assassinado ontem à noite em Paraty —cidade turística da Costa Verde do Rio de Janeiro— reconheceu o suspeito detido como autor do crime e afirmou que ele a estuprou antes de matar o marido, segundo informou a polícia ao UOL.

O homem foi preso em flagrante e terá a prisão preventiva pedida pela polícia. Ele será indiciado por homicídio e tentativa de feminicídio, segundo informou o delegado Marcelo Russo, responsável pelas investigações. O homem, que é morador da região, negou à polícia a autoria dos crimes.

Segundo o delegado, o suspeito estava com o rosto parcialmente coberto e usava luvas para não deixar impressão digital na casa. O investigador contou que a mulher foi amarrada na cama, sofreu agressões e foi estuprada após desmaiar.

"Ele amarra o homem na cadeira, agride ele e depois amarra a mulher na cama, pratica esganadura e ela acaba desmaiando. Ele pensa que ela morreu e a estupra. Em seguida, ele vai para sala e mata o turista, fugindo depois. Na mata, ele se desfez de roupas e objetos que utilizou na casa. A mulher depois que acordou, conseguiu se soltar e pedir socorro na rua".

De acordo ainda como delegado, o homem tem passagem por tráfico de drogas.

Suspeito trabalhava na casa

A vítima está internada em um hospital municipal da região e contou em depoimento que o homem trabalhava na casa alugada pelo casal capinando e que já havia sido assediada por ele dias antes.

O turista assassinado é Adam Zindul, 37. Ele estava com a esposa há quatro dias em uma casa alugada na Praia do Sono, cujo acesso ocorre por barco ou trilha. A mulher do turista, que não terá o nome revelado, é brasileira, de São Paulo, e tem 35 anos.

No passaporte de Zindul consta que ele chegou ao Brasil no dia 28 de janeiro. De acordo com a Polícia Civil e com a PM, ele foi amarrado em uma cadeira, amordaçado e morto a facadas. Antes mesmo de a vítima reconhecer o suspeito, a Polícia Civil já descartava a hipótese de roubo seguido de morte.

"O caso ocorreu ontem à noite. Quando a mulher abriu a porta do imóvel, ele [o criminoso] invadiu o local. Agiu de modo cruel, sem chance de defesa para a vítima. Sumiu um dinheiro da carteira da vítima apenas, mas o dinheiro da mulher continuou na bolsa, o que nos faz acreditar que o objetivo era o estupro, e não roubo", afirmou o delegado ao UOL na manhã de hoje.

A Praia do Sono fica a 40 minutos de carro do centro de Paraty e o acesso ocorre através de um condomínio de luxo na região. É possível chegar de barco ou por uma trilha na mata de duração de uma hora.

A maioria dos visitantes fica em barracas de camping na praia, mas é possível hospedar-se em chalés e alugar casas simples na região, que não conta com rede hoteleira.