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Mais 3 mulheres denunciam por estupro suspeito de matar turista em Paraty

Adam Zindul, turista lituano morto em Paraty - Arquivo Pessoal
Adam Zindul, turista lituano morto em Paraty Imagem: Arquivo Pessoal

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

07/02/2020 11h22

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga se o homem suspeito de estuprar uma mulher e, em seguida, matar o marido dela, o turista lituano Adam Zindul, na madrugada de quinta-feira (6), em Paraty, violentou outras três mulheres. Segundo o delegado, Marcelo Russo, outras três mulheres fizeram registro de ocorrência contra ele. De acordo com o investigador, elas relataram que a violência era praticada com o mesmo "modus operandi".

"Esse caso está sendo muito divulgado aqui [em Paraty] e pelo menos três mulheres já procuraram a delegacia. Todas disseram ter sido amarradas, agredidas e estupradas em seguida. Ele é de uma família conhecida na região", informou o delegado. A identidade do suspeito não foi revelada.

O homem foi encaminhado na manhã de hoje para audiência de custódia. A polícia pediu ontem a prisão preventiva dele. Ele deve responder por homicídio, tentativa de feminicídio e estupro.

Ontem, a polícia colheu o depoimento da mulher do lituano. Ela está internada em um hospital municipal de Paraty. Ela fez o reconhecimento do suspeito como autor do crime e contou que ele a estuprou antes de matar o marido.

De acordo com o depoimento, o homem estava com o rosto parcialmente coberto e usava luvas para não deixar impressão digital na casa. A vítima relatou ter sido amarrada na cama, ter sofrido agressões e sido estuprada na sequência.

"Ele amarra o homem na cadeira, agride ele e depois amarra a mulher na cama, pratica esganadura e ela acaba desmaiando. Ele pensa que ela morreu e a estupra. Em seguida, ele vai para sala e mata o turista, fugindo depois. Na mata, ele se desfez de roupas e objetos que utilizou na casa. A mulher depois que acordou, conseguiu se soltar e pedir socorro na rua", disse o delegado.

O suspeito pelo crime tem passagem na polícia por tráfico de drogas.

Procurada, a embaixada da Lituânia no Brasil informou que o Consulado Geral foi informado oficialmente ontem e disse "que condena veementemente o executor por um crime tão cruel e incentiva as autoridades competentes do Brasil a implementarem todos os procedimentos relacionados à sua investigação".

De acordo com a embaixada, os parentes da vítima já foram informados. "O Consulado Geral da República da Lituânia em São Paulo está fornecendo assistência consular, solicitada pela família do cidadão lituano falecido", informou através de nota.

Não serão divulgadas informações sobre enterro ou "transporte dos restos mortais da pessoa falecida", informou a embaixada.

Preso suspeito de matar turista da Lituânia

Band News

Suspeito trabalhava na casa

A vítima contou ainda em depoimento que o homem trabalhava na casa alugada pelo casal capinando e que já havia sido assediada por ele dias antes. Adam Zindul estava com a esposa há quatro dias nesta casa, onde ocorreu o crime. O imóvel está localizado na Praia do Sono, cujo acesso ocorre por barco ou trilha.

A mulher do turista, que não terá o nome revelado, é brasileira, de São Paulo, e tem 35 anos. No passaporte de Zindul, consta que ele chegou ao Brasil no dia 28 de janeiro. De acordo com a Polícia Civil e com a PM, ele foi morto a facadas. Antes mesmo de a vítima reconhecer o suspeito, a Polícia Civil já descartava a hipótese de roubo seguido de morte.

"Quando a mulher abriu a porta do imóvel, ele [o criminoso] invadiu o local. Agiu de modo cruel, sem chance de defesa para a vítima. Sumiu um dinheiro da carteira da vítima apenas, mas o dinheiro da mulher continuou na bolsa, o que nos faz acreditar que o objetivo era o estupro, e não roubo", afirmou o delegado ao UOL na manhã de ontem.

A Praia do Sono fica a 40 minutos de carro do centro de Paraty e o acesso ocorre através de um condomínio de luxo na região. É possível chegar de barco ou por uma trilha na mata de duração de uma hora. A maioria dos visitantes fica em barracas de camping na praia, mas é possível hospedar-se em chalés e alugar casas simples na região, que não conta com rede hoteleira.