Topo

Esse conteúdo é antigo

Brinquedo quebra e criança fica pendurada a 4 m de altura em parquinho

Monotrilho quebra, e vagão fica pendurado em parquinho de Peruíbe - Arquivo pessoal
Monotrilho quebra, e vagão fica pendurado em parquinho de Peruíbe Imagem: Arquivo pessoal

Maurício Businari

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

15/02/2020 17h54

Um menino de 5 anos passou por um susto enorme na noite de ontem, no Centro de Promoções e Diversões Diego, em Peruíbe, litoral sul de São Paulo. O brinquedo em que estava, um monotrilho suspenso a 4 m do solo e que percorre um trajeto em volta do parque, se quebrou e a criança ficou pendurada, tendo que ser socorrida por funcionários do empreendimento. Apesar do acidente, o menino não ficou ferido.

O autônomo Guilherme de Castro, 26, diz que chegou ao parque com a esposa, Marília, e o filho, Cauã, por volta das 18h30. O menino andou em dois brinquedos e estava se divertindo. Ele então pediu ao pai para andar no monotrilho.

"Porém, logo que ele subiu no trenzinho, o brinquedo não andou nem 10 metros. Nós estávamos embaixo, observando tudo. Quando o trem se preparava para fazer uma curva, um dos carrinhos se soltou e ficou pendurado. Foi um desespero", afirma Guilherme.

Com o auxílio de uma escada, funcionários do parque resgataram Cauã, que estava preso ao vagão por uma trava de segurança. Segundo Guilherme, eles disseram que sabiam que o equipamento estava com problemas nas rodas.

"Eles foram muito grosseiros, mal-educados, pegaram meu filho e já foram colocando no meu colo, pois estavam mais preocupados em amarrar com uma corda a parte do brinquedo que estava quebrada, para ninguém perceber o que tinha ocorrido."

Monotrilho quebra, e vagão fica pendurado em parquinho de Peruíbe - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Guilherme diz que acionou a Polícia Militar pelo 190, mas que os policiais que atenderam à ocorrência não quiseram fazer o registro, pelo fato de o acidente não ter deixado vítimas. Foi então aconselhado a procurar a Polícia Civil, na Delegacia Sede de Peruíbe, para registrar a queixa, que, segundo ele, só foi formalizada após muita insistência.

"Eles diziam para mim que o que tinha acontecido não era crime, que não havia razão para eu fazer boletim de ocorrência. Mas eu insisti por diversas vezes, até que resolveram registrar o B.O. (Boletim de Ocorrência). Saímos da delegacia umas 22h."

Segundo Guilherme, Cauã acordou hoje amuado e falando pouco. Os pais tentaram conversar sobre o que havia acontecido na noite anterior, no parque. "Mas ele não responde, não quer falar sobre isso. Ele ainda está em choque com o susto", afirma o pai.

Parque aponta "falha humana"

O proprietário do Centro de Promoções e Diversões Diego, Benedito Mariano Galvão Neto, disse ao UOL que o incidente ocorrido no parque foi resultado de "falha humana". Segundo ele, a equipe que realiza a manutenção dos brinquedos havia identificado, na manhã do acidente, um problema nos rolamentos das rodas de uma das composições. Porém, teria se esquecido de colocar uma placa à vista de todos os funcionários, avisando que a atração estaria "em manutenção".

"Quando o funcionário que opera o brinquedo chegou, à tarde, quando o parque abre, pensou que estava tudo certo com o monotrilho. E aí ocorreu outra falha humana, pois os funcionários são instruídos a testar os brinquedos todos os dias, antes de liberá-los ao público. E ele se esqueceu de fazer o trem dar uma volta sem passageiros antes de liberar. Ele autorizou a primeira viagem já com o menino dentro", afirmou Benedito.

O empresário, que gerencia o parque na cidade há mais de 30 anos, lamentou o ocorrido, mas disse que a criança não corria nenhum risco, mesmo com a composição dependurada, pois os vagões possuem travas de segurança que garantem a integridade física dos passageiros em caso de acidente. Ele afirmou ainda que toda a documentação do parque está em dia.

"Temos tudo em dia. Laudo dos bombeiros, laudo de engenheiro, o parque está com toda a documentação certa. Ontem, funcionários da prefeitura estiveram no parque e interditaram o brinquedo, até que o problema seja resolvido. Em 30 anos, nunca tivemos um B.O. registrado contra nós por conta de falhas nas atrações. Esta é a primeira vez e ficamos muito chateados com o que aconteceu. Mas nós prestamos toda a assistência possível à criança e aos pais dela. Mas o pai reagiu mal, foi ignorante conosco e decidiu procurar a polícia", declarou.