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Operação internacional contra pedofilia prende 38 pessoas no Brasil

Do UOL, em São Paulo

18/02/2020 07h55Atualizada em 24/02/2020 16h55

A Polícia Civil cumpre hoje 112 mandados de busca e apreensão de suspeitos de praticar crime de abuso e exploração sexual infantil pela Operação Luz na Infância 6.

Foram efetuadas 38 prisões em flagrante: 14 em São Paulo, 9 em Santa Catarina, 6 no Paraná, 4 no Mato Grosso do Sul, 2 no Ceará, 1 em Goiás, 1 em Mato Grosso e 1 no Rio Grande do Sul.

Em São Paulo, entre os presos está um professor que armazenava fotos dos alunos. Não foram divulgados mais detalhes.

Além desses, outros quatro estados brasileiros e outros quatro países são alvo da ação, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

De acordo com o coordenador do Laboratório de Operações Cibernéticas da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça, Alessandro Barreto, o perfil dos criminosos abrange "pessoas acima de qualquer suspeita", das "mais diversas classes sociais" e com idade que vai dos 17 a mais de 80 anos.

A operação envolve a Polícia Civil de Alagoas, Acre, Ceará, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí e Santa Catarina, além de agências de aplicação da lei da Colômbia, Estados Unidos, Paraguai e Panamá.

Nesta 6ª fase, a polícia busca arquivos com conteúdo relacionado aos crimes de exploração sexual praticados contra crianças e adolescentes.

No Brasil, a pena para quem armazena esse tipo de conteúdo varia de 1 a 4 anos de prisão, de 3 a 6 anos pelo compartilhamento e de 4 a 8 anos de prisão pela produção de conteúdo relacionado aos crimes de exploração sexual.

Segundo ele, é muito comum a ocorrência de pessoas reincidentes nessa prática criminosa. "Um dos presos de hoje já tinha, inclusive, mandado de prisão por abuso e exploração sexual". Ele disse também ser comum encontrar pessoas que produzem esse tipo de conteúdo.

"Em todas as fases [da Operação Luz da Infância] conseguimos prender abusadores e produtores. Nessa fase não será diferente. Certamente terá produtores e, nesse caso, a pena é ainda mais severa", informou.

Denúncias

Barreto fez um apelo para que a população use os canais de denúncia para relatar casos suspeitos desse tipo de prática criminosa. "As denúncias são muito importantes para as investigações ficarem mais robustas", argumentou.

A população pode procurar a delegacia de polícia mais próxima ou ligar para o Disque 100, que recebe denúncias anônimas sobre violações de direitos humanos. A ligação é gratuita e o serviço está disponível 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

Barreto também destacou a importância de os pais estarem sempre atentos ao que os filhos consomem na internet.

"É muito comum aos pais instruírem seus filhos a não falarem com estranhos na rua. No entanto, esquecem de fazer o mesmo com relação à internet, que é um ambiente onde criminosos se fazem passar por crianças e acabam captando informações e dados", explica o investigador.

Para evitar problemas desse tipo, ele sugere que os pais estabeleçam o controle parental tanto na internet como nos aplicativos de mensagens, redes sociais e jogos online utilizados pelas crianças e adolescentes.

"Os criminosos aproveitam todo e qualquer espaço onde haja crianças e adolescentes, para tentar atrair, pegar informações e obter imagens [íntimas]. É importante que os pais estejam sempre atentos para saber com quem o filho está falando e o tipo de serviço que o filho faz uso", acrescentou.

De acordo com o coordenador da Secretaria de Operações Integradas, os riscos são menores quando os pais orientam os filhos sobre os riscos que correm nesse tipo de ambiente. "A cybereducação é muito importante para mitigarmos os efeitos danosos do abuso e da exploração sexual infantil", completou.

(Com informações da Agência Brasil)