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Polícia investiga mais 2 mortes suspeitas de intoxicação por cerveja Backer

Centro cervejeiro da Backer, em Belo Horizonte - Divulgação
Centro cervejeiro da Backer, em Belo Horizonte Imagem: Divulgação

Daniela Mallmann

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

13/03/2020 10h40Atualizada em 13/03/2020 15h20

Mais quatro casos de pessoas com sintomas de intoxicação por dietilenoglicol após terem consumido cerveja contaminada da Backer estão sendo investigados pela Polícia Civil de Minas Gerais. Ao todo já são 42 possíveis vítimas. Dos quatro novos casos anunciados ontem, dois deles evoluíram para óbito. Com isso, a instituição investiga nove mortes por contaminação pela substância tóxica encontrada em cervejas da Backer.

Apesar de as suspeitas sobre intoxicação de produtos da Backer terem vindo à tona no início deste ano, as mortes confirmadas hoje na verdade são de 2019: uma de 24 de abril e outra de 17 de agosto.

Esses e outros casos antigos só estão sendo incluídos agora, porque os hospitais começaram a identificar mortes anteriores e pacientes atendidos com os mesmos sintomas da síndrome nefroneural e estão notificando a Secretaria Estadual de Saúde e a Polícia Civil.

Na manhã de hoje, a Polícia dá continuidade ao trabalho de perícia na fábrica da Backer. Ontem, três vítimas e uma testemunha prestaram depoimentos aos investigadores. Cerca de 60 pessoas já foram ouvidas no inquérito que investiga o caso.

Na ultima sexta-feira, o desembargador Luciano Pinto, da 17ª Câmara Cível de Belo Horizonte, reduziu em 95% o valor fixado para garantir os pagamentos das indenizações. Ou seja, liberou R$ 95 milhões dos R$ 100 milhões da empresa que estavam congelados.

No entanto, segundo o advogado de algumas famílias vítimas, Guilherme Leroy, nenhuma vítima até hoje recebeu qualquer auxílio por parte da Cervejaria.

"Estão em situações bem distintas umas das outras. Tem famílias que nem tem plano de saúde, então tem que recorrer ao SUS, esperar filas e filas para atendimento; outros que necessitam de colírios, medicamentos; outros que estão no hospital e precisam de coisas mais complexas. Ninguém recebeu nada ate agora. Por outro lado, a Backer fica falando que está avaliando, que está tentando, mas as tentativas não têm chegado efetivamente", afirmou Leroy.