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Transporte público do Rio funcionará com 50% da capacidade por coronavírus

Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro - Dikran Junior/Futura Press/Estadão Conteúdo
Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro Imagem: Dikran Junior/Futura Press/Estadão Conteúdo

Igor Mello

Do UOL, no Rio

17/03/2020 09h25

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), determinou que o transporte público no estado —trens, metrô, barcas e ônibus— funcione com apenas 50% da lotação, como forma de prevenir a transmissão da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), anunciou a proibição da circulação de ônibus e BRTs com passageiros em pé na cidade.

O decreto também suspendeu por 15 dias a chegada de ônibus interestaduais vindos de estados com circulação confirmada do coronavírus ou que tenha decretado situação de emergência em razão da covid-19. A Rodoviária Novo Rio, principal terminal de viagens interestaduais por ônibus no Rio, afirmou que acatará a determinação e informou que as viagens para outros estados estão sendo canceladas.

"O terminal já havia tomado medidas como distribuição de álcool em gel, higienização frequente das instalações e locais de uso coletivo assim como informações nas TVs e canais de relacionamento com o cliente. Frente à nova determinação, as empresas rodoviárias interestaduais já estão cancelando todas as viagens para outros Estados e quem já comprou passagem pode procurar diretamente as viações para o cancelamento e reembolso", informou a Novo Rio, por meio de nota.

A determinação afirma ainda que, quando possível, o transporte público deve circular com as janelas abertas, para melhorar a circulação do ar dentro dos veículos. O uso de passe livre estudantil também está suspenso por 15 dias.

As medidas fazem parte do decreto de estado de emergência em saúde pública no Rio, anunciado ontem por Witzel. A determinação ocorre após um fim de semana em que parte dos cariocas desrespeitou as recomendações sanitárias, visitando as praias da cidade, frequentando bares e restaurantes e comparecendo à manifestação convocada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Copacabana, zona sul do Rio.

Ontem, Witzel chegou a pedir "pelo amor de Deus" para as pessoas respeitarem as normas e permanecerem em casa sempre que possível.

O decreto mantém as proibições de eventos com aglomeração de público, anunciadas na última sexta-feira (13). Estão suspensas as aulas de creches, escolas e universidades. O governo do Rio também proibiu a realização de eventos esportivos, manifestações, comícios, feiras e sessões em cinemas e teatros.

Embora Witzel esteja afirmando que o momento é de conscientizar a população e não de pensar em repressão, o decreto abre margem para punições para quem descumprir as regras.

"Em caso de descumprimento das medidas previstas neste Decreto, as autoridades competentes devem apurar as eventuais práticas de infrações administrativas previstas no artigo 10 da Lei Federal nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, bem como do crime previsto noartigo 268 do Código Penal", afirma o texto.

Governo recomenda fechamento de shoppings e academias

A norma também recomenda que as lojas em shoppings centers e academias de ginástica não funcionem. No caso dos centros comerciais, a orientação do governo é que apenas as praças de alimentação sejam abertas nos próximos 15 dias.

O decreto recomenda ainda que bares e restaurantes funcionem com apenas 30% de sua capacidade, para evitar que pessoas fiquem aglomeradas no interior dos estabelecimentos.

Witzel também recomendou que não haja visitação a "praia, lagoa, rio e piscina pública", mas não faz menção a pontos turísticos, como chegou a ser especulado ontem.