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'Feriado e isolamento são coisas incompatíveis', diz Janaina Paschoal

Do UOL, em São Paulo

22/05/2020 16h22Atualizada em 22/05/2020 17h18

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) se posicionou contra o adiantamento do feriado de 9 de julho —Revolução Constitucionalista de 1932— em São Paulo para estimular o isolamento social e, assim, tentar conter o avanço do coronavírus no estado. Ela disse ter sido favorável à mudança a princípio, mas mudou de ideia depois de conversar com deputados de cidades do litoral e do interior.

"Antes de ouvir os colegas da Baixada [Santista], eu não via problema com a antecipação. Depois que ouvi o desespero do pessoal da Baixada com essa chegada em massa de turistas, eu realmente caí na real. Se a finalidade é o isolamento, fazer um feriado de seis dias é incompatível com essa finalidade", comentou Janaina em entrevista ao UOL.

A deputada comparou a medida ao rodízio de veículos mais restritivo, adotado e suspenso na semana passada pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB-SP). "Muito embora o intuito [do 'megaferiado'] seja positivo, é parecido com o tal rodízio, que jogou as pessoas no transporte público e favoreceu a aglomeração", afirmou.

Ela ainda disse ser importante cobrar coerência do governo, lembrando que já pegou covid-19 e "sofreu muito, quase morreu". "Entendo que os gestores estejam agoniados, mas não dá para fazer por tentativa [e erro]. Entendo a preocupação do prefeito, do governador [João Doria (PSDB-SP)], mas a gente fica preocupado com o fato de eles não planejarem e divulgares tudo em cima da hora", criticou.

Possibilidade de lockdown

Questionada sobre a possibilidade de adoção de um bloqueio total da circulação de pessoas —lockdown—, Janaina avaliou não ser apropriado ou necessário porque o estado, segundo ela, ainda não chegou a sua capacidade hospitalar máxima, apesar de estar próxima aos 90% na Grande São Paulo, segundo dados do governo.

"Aqui na capital, teve um dia que chegou a 90%, acho, mas sempre fica abaixo. No estado, sempre esteve perto de 67%, agora está em 70%. Ainda temos um fôlego", avaliou. "O Ministério da Saúde anunciou novos leitos, o governador está contratando —imagino que a peso de ouro— leitos no sistema privado. Não me parece justificável instituir um lockdown aqui, pelo menos não agora", concluiu.