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TV: PMs de folga são apontados como suspeitos da morte de jovem em SP

Guilherme Silva Guedes, morto na Vila Clara - Reprodução/ Facebook
Guilherme Silva Guedes, morto na Vila Clara Imagem: Reprodução/ Facebook

Do UOL, em São Paulo

17/06/2020 08h12Atualizada em 17/06/2020 13h36

A Polícia Civil de São Paulo confirmou que dois policiais militares são suspeitos de participação no assassinato a tiros do adolescente Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, sequestrado na madrugada de domingo (14), na zona sul de São Paulo. As informações são da TV Globo.

De acordo com o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), os policiais estavam fora do horário de serviço e cuidavam da segurança de um galpão que pertence a uma empresa que presta serviço para a Sabesp.

A suspeita é de que eles tenham confundido Guilherme com um dos integrantes de um grupo que teria tentado invadir o terreno para entrar num supermercado vizinho.

Câmeras de segurança registraram a última vez em que o adolescente foi visto, na rua da casa dele. Ele conversa com outro garoto e entra numa viela pouco antes das 2h. Depois, Guilherme não foi mais visto com vida.

Cinco minutos depois, dois homens aparecem nas imagens e observam a rua. Um deles carrega um objeto que parece ser um revólver.

Ontem, o secretário-executivo da PM, coronel Alvaro Camilo, disse que não havia indicativos de que policiais militares estivessem envolvidos no assassinato, embora ressaltou que nenhuma hipótese estivesse descartada. Camilo também explicou que uma tarjeta com a identificação de um policial militar foi encontrada perto do corpo de Guilherme.

'Só queria saber de brincar'

Segundo sua avó materna, Antonina Arcanja da Silva, Guilherme havia voltado para São Paulo recentemente, após ter morado três meses com a mãe em Tupã, região oeste do Estado, e era um adolescente quieto e brincalhão. "Ele só tinha tamanho. Só queria saber de brincar."

Ela conta que a diversão principal de Guilherme era ouvir música e brincar com a cachorra da família, Charlotte. Quando Guilherme saía de casa, geralmente o fazia acompanhado de primos e primas e de um dos tios. Desde que voltou de Tupã, ele morava com a avó paterna e duas tias.

A avó do adolescente recebeu manifestantes e a OAB na tarde de ontem, em um protesto que reuniu moradores e deputados estaduais no bairro. A manifestação saiu da casa da avó de Guilherme e seguiu pelo parque linear ao lado do córrego do Cordeiro, próximo de onde ele foi visto pela última vez.

Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo, informou que todas as circunstâncias relativas à morte do adolescente são investigadas pelo DHPP e pela Corregedoria da PM.

"Diligências e oitivas estão em andamento, bem como a análise de imagens de câmeras de segurança. Se confirmada a participação policial, as medidas cabíveis serão adotadas", diz um trecho do comunicado.

* Com informações de reportagem de Marcelo Oliveira, do UOL, em São Paulo