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João Pedro: policiais mudaram versão sobre tiros do helicóptero, diz jornal

Policiais mudaram versão sobre tiros disparados do helicóptero no caso João Pedro  - Reprodução/Twitter/@_danblaz
Policiais mudaram versão sobre tiros disparados do helicóptero no caso João Pedro Imagem: Reprodução/Twitter/@_danblaz

Do UOL, em São Paulo

07/07/2020 08h36

Policiais investigados pela ação que resultou na morte do adolescente João Pedro Matos, de 14 anos, deram versões diferentes sobre os disparos feitos do helicóptero em direção ao Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no Rio.

Segundo reportagem do jornal O Globo, no primeiro depoimento prestado, no dia em que o adolescente morreu, em 18 de maio, os três policiais investigados omitiram que fizeram disparos da aeronave. No segundo, no entanto, uma semana depois, afirmaram que atiraram 29 vezes em direção ao solo.

De acordo com essa versão, os disparos do helicóptero foram feitos quando os agentes chegaram ao Complexo do Salgueiro e foram atacados por criminosos armados. Segundo o jornal, o inspetor Mauro José Gonçalves afirmou ter sido o responsável pelo maior número de disparos da aeronave: foram 15 antes do pouso.

Em depoimento, ele afirmou que alertou pelo aparelho de som do helicóptero "a respeito do ataque em curso aos demais operadores, enquanto repelia à agressão sofrida, disparando contra os opositores".

Os tiros feitos do alto foram citados nos relatos feitos pelo piloto e o copiloto do helicóptero e pelo delegado Sérgio Sahione, que chefiava a Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) na ocasião. De acordo com os depoimentos, só fizeram disparos do alto os três policiais que estavam do lado direito da aeronave. São os mesmos que entraram na casa em que João Pedro estava.

Os policiais investigados dizem que invadiram a casa onde o adolescente estava durante uma perseguição aos homens que haviam visto do helicóptero. Dentro do imóvel, depois que a aeronave pousou, eles deram mais 35 tiros, segundo relataram na DHNSGI (Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí).

Gonçalves também foi o agente que disparou mais vezes dentro da casa — 16 no total. O tiro que matou João Pedro foi disparado de dentro do terreno da casa, de acordo com investigadores.