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Mãe de menina iniciada no candomblé não quer que ela guarde raiva da avó

Kate Belintani havia perdido a guarda da filha por levá-la a um ritual de iniciação no candomblé - Reprodução/Globo
Kate Belintani havia perdido a guarda da filha por levá-la a um ritual de iniciação no candomblé Imagem: Reprodução/Globo

Do UOL, em São Paulo

23/08/2020 21h50

Após perder a guarda da filha de 12 anos por iniciá-la no candomblé e depois recuperar a responsabilidade sobre a menina, Kate Belintani não quer que ela guarde ressentimentos da avó.

"Eu falei para ela não guardar raiva de ninguém, que é a avó dela. Eu sei que a minha mãe a ama muito", disse em entrevista ao "Fantástico", da Rede Globo.

Evangélica, a avó prestou depoimento ao Conselho Tutelar na ação que fez Kate perder a guarda da filha por sete dias. No dia 23 de julho, o órgão recebeu denúncias de maus-tratos e abuso sexual no terreiro frequentado por mãe e filha em Araçatuba (SP). Em entrevista ao "Fantástico", as advogadas da avó afirmam que ela só soube dessas denúncias após fazer seu depoimento.

Também em entrevista ao programa, a menina nega ter passado por qualquer tipo de abuso no ritual de iniciação, que estava programado para durar sete dias mas foi interrompido pela ação do Conselho Tutelar. Ela diz que sabia — e queria — que seus cabelos seriam raspados:

"Acho bonito o orixá, as danças, é um jeito bonito de cultuar. Eu sabia que tinha que raspar [os cabelos], sabia que não poderia comer algumas coisas, que tinha que ficar lá sete dias. Estava tudo normal."

Kate acredita que a ação da mãe foi motivada por intolerância religiosa, já que elas não tinham uma relação ruim: "Não tinha problema nenhum até então, eu acredito que foi falta de conhecimento de todos".