Topo

Esse conteúdo é antigo

Caso naja: MP do DF denuncia jovem picado por cobra, mãe, padrasto e amigo

Ministério Público denunciou  quatro pessoas envolvidas na criação e venda ilegal de serpentes no Distrito Federal - Ivan Mattos/Zoológico de Brasília
Ministério Público denunciou quatro pessoas envolvidas na criação e venda ilegal de serpentes no Distrito Federal Imagem: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília

Do UOL, em São Paulo

04/09/2020 11h19

O MP-DFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) informou hoje que denunciou quatro pessoas envolvidas na criação e venda ilegal de serpentes no Distrito Federal.

Em entrevista coletiva na tarde de hoje, o promotor de Justiça Paulo José Leite Faria revelou que os quatro denunciados são o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, sua mãe Rose, seu padrasto, o coronal Eduardo Condi, e o colega Gabriel Ribeiro, que teria abandonado a cobra no Píer 21.

Pedro, picado por uma cobra naja no dia 7 de julho, foi indiciado pela Polícia Civil no mês passado. A investigação concluiu que ele traficava animais silvestres desde 2017.

O jovem de 22 anos foi indiciado por tráfico de animais silvestres e por maus-tratos pelo número correspondente de cobras relacionadas a ele: 23. Além disso, Pedro responderá por associação criminosa e exercício ilegal da profissão.

Pedro foi preso temporariamente no dia 29 julho por suspeita de integrar um esquema para a prática de crimes ambientais, como tráfico de animais. Ele foi liberado dois dias depois.

No total, 11 foram indiciadas na ocasião, mas apenas as 4 citadas foram denunciadas pelo MP-DFT. Das demais, restam o major Elias Costa, que é investigado pela Justiça Militar, uma professora, identificada como Fabiana, e quatro alunos — docente e estudantes, segundo o promotor Leite Faria, têm direito ao acordo de não persecução penal, ou seja, poderão responder prestando serviços à comunidade.

Pena de até 24 anos

De acordo com o promotor de Justiça, a pena máxima para posse ilegal de animais é de 1 ano, mas pode ser ampliada se multiplicada pelo número de animais apreendidos e, portanto, os réus podem cumprir pena em regime fechado.

"As penas são reduzidas, chegam a penas máximas de 1 ano individualmente. Mas se multiplicada pelo número de animais apreendidos, que é o que pleiteia o MP, pode chegar a 23 anos. Neste caso, é possível que haja condenação em regime fechado", esclareceu Leite Faria.

Resgate pode ter sido combinado

O MP do Distrito Federal confirmou que há suspeitas de que o resgate da cobra no Píer 21 pela Polícia Ambiental pode ter sido combinado entre Gabriel Ribeiro, que teria abandonado o animal no local, e o major Elias Costa.

Os principais indícios de que houve combinação prévia são a rapidez entre o abandono da cobra e o resgate, no mesmo dia, e ligações entre os dois envolvidos, Ribeiro e Costa.