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MP faz operação em SP contra suspeitos de terem assumido controle do PCC

Organograma dos alvos da operação feita pelo MP contra suspeitos de terem assumido a liderança no PCC - Arquivo Pessoal
Organograma dos alvos da operação feita pelo MP contra suspeitos de terem assumido a liderança no PCC Imagem: Arquivo Pessoal

Anaís Motta e Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

14/09/2020 09h28Atualizada em 14/09/2020 14h31

O MP (Ministério Público) faz uma operação, desde o início de hoje, contra suspeitos de terem assumido o controle do PCC (Primeiro Comando da Capital) desde que a alta cúpula da facção foi transferida para presídios federais, em fevereiro de 2019.

Ao todo, a operação abrange 12 mandados de prisão e cerca de 40 de busca e apreensão no estado de São Paulo.

Um suspeito foi morto na Praia Grande, no litoral. O Ministério Público havia informado, pela manhã, que cinco suspeitos haviam sido presos. Mais tarde, corrigiram a informação e disseram que foram quatro.

De acordo com a investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o atual comando seria composto por 21 pessoas. Entre os atuais chefes, alguns estariam vivendo foragidos no Paraguai, na Bolívia e no continente africano.

O MP paulista classifica a operação de hoje como a mais importante desde a que transferiu os líderes da facção para o sistema penitenciário federal.

Investigação aponta esquema de lavagem de dinheiro

Além das prisões, a operação visa desarticular um suposto esquema de lavagem de dinheiro feito por operação de câmbio informal no Paraguai e na Bolívia. Os investigadores estimam que a facção já movimenta cerca de R$ 100 milhões por ano.

Entre os alvos da operação, estaria o encarregado por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, principal líder da facção, de matar o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que foi o responsável por pedir a saída da cúpula do grupo do estado.

Na semana passada, o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) encaminhou ao MP paulista um relatório de inteligência dizendo que Marcola insiste no plano de matar Gakyia. Marcola teria ameaçado matar os criminosos que não conseguissem cumprir essa ordem.

A defesa de Marcola diz aguarda "conhecer o inquérito para defesa. Marco Willians está em absoluto isolamento, e todas as suas conversas são monitoradas e gravadas".

Comandada por oito promotores de Justiça de diferentes regiões do estado, entre eles Gakiya, a operação tem apoio de policiais militares da Rota.

Os presos e os objetos apreendidos na operação devem ser levados para a sede do Gaeco, na capital, e, depois, irem para a região de Presidente Prudente, no oeste do estado, onde estão as penitenciárias de segurança máxima que abrigam chefes do PCC.

Por ordem judicial, imagens da operação em andamento estão proibidas de serem divulgadas às imprensa. O MP pretende conceder uma coletiva de imprensa para dar mais detalhes, hoje à tarde.

Em 31 de agosto, as polícias Civil e Federal de Minas Gerais também fizeram uma megaoperação contra o PCC. A investigação mostrou, pela primeira vez, que o PCC se aproxima do modelo de atuação de máfias italianas.

Ouça também o podcast Ficha Criminal, com as histórias dos criminosos que marcaram época no Brasil. Esse e outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.