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Taxa de mortalidade no Brasil atinge baixa histórica, diz Unicef

Os dados foram revelados no Relatório 2020 de Mortalidade Infantil do UNICEF, divulgado na quarta-feira (9) - Antwan Chnkdji/UNICEF
Os dados foram revelados no Relatório 2020 de Mortalidade Infantil do UNICEF, divulgado na quarta-feira (9) Imagem: Antwan Chnkdji/UNICEF

Júlia Viviane Kurtz

Colaboração para o UOL, em Aratiba (RS)

14/09/2020 19h52

A taxa de mortalidade de crianças e adolescentes no Brasil atingiu o menor nível desde que as séries históricas começaram a ser registradas. Nos últimos 19 anos, os índices registraram queda de 56,11% nas mortes de recém-nascidos e 59,8% para crianças de até cinco anos. Os dados foram revelados no Relatório 2020 de Mortalidade Infantil do UNICEF, divulgado na quarta-feira (9).

A entidade separou os dados em três categorias de idade: neonatais (mortes ocorridas entre o parto e o 28º dia de vida), crianças de até cinco anos e adolescentes (entre cinco e 20 anos). Na primeira, o Brasil apresentou taxa de mortalidade (mortes a cada 1000 nascimentos) de 25,3 em 1990, número reduzido para 18 no ano 2000 e, finalmente, para 7,9 em 2019.

Nas mortes de crianças de até cinco anos, o país possuía taxa de mortalidade de 62,9 em 1990, que passou para 34,6 em 2000 e 13,9 em 2019. A queda entre os adolescentes foi menor, passando de 7,6 em 1990 para 7,2 em 2000, por fim, 7,1 em 2019.

Apesar das melhoras nos números, o Brasil continua na média entre seus vizinhos na América do Sul e é o país do continente que apresenta a terceira maior taxa de mortalidade de adolescentes, ficando a frente apenas da Guiana (8,6) e da Venezuela (12,6).

Este índice também é o único que coloca o país abaixo da média quando comparado ao resto do mundo. Ao todo, o estudo da UNICEF registra dados de 195 países e, quando considerado apenas a taxa de mortalidade de adolescentes, ficamos em 12º lugar, abaixo do Irã (6,5) e acima da Guatemala (8.4).

A melhora nos números do Brasil acompanha uma queda generalizada em todo o mundo. Segundo a UNICEF, as taxas de mortalidade globais foram de 17 para mortes neonatais, 5,2 para crianças de até cinco anos e 18 para crianças e jovens de até 24 anos.

"O fato de que, hoje, mais crianças vivem tempo o suficiente para sobreviver ao seu primeiro aniversário de que em qualquer outra época da história é um sinal de o que pode ser alcançado quando o mundo coloca a saúde pública e o bem-estar no centro de nossa resposta", aponta o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus.

Covid-19

Apesar da boa notícia, a UNICEF demonstrou preocupação com a piora dos serviços de atendimento em todo o mundo devido à pandemia do novo coronavírus.

"Quando se nega acesso a serviços básicos às crianças porque o sistema está sobrecarregado, ou quando mulheres estão com medo de dar à luz em hospitais por medo de infecção, elas também podem ser vítimas da doença. Sem investimentos urgentes para restabelecer os serviços interrompidos, milhões de crianças abaixo de cinco anos, especialmente recém-nascidos, podem morrer", aponta a diretora executiva da UNICEF, Henrietta Fore.

Segundo a entidade, uma pesquisa conduzida em 77 países revelou que cerca de 68% deles demonstraram pelo menos uma interrupção em serviços pré-natais e 59% nos pós-natais. Outro estudo, realizado em 105 territórios, indicou interrupção em serviços de saúde para crianças em 52% deles, além de 51% em controle de desnutrição.