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Mulher confessa desvio de R$ 50 mi e diz que foi coagida por mãe de santo

Polícia Civil de Dourados não identificou a vítima - Divulgação
Polícia Civil de Dourados não identificou a vítima Imagem: Divulgação

Aline Oliveira

Colaboração para o UOL, em Campo Grande (MS)

06/10/2020 11h55

Uma mulher de 34 anos procurou o Serviço de Investigação Geral (SIG) da Polícia Civil de Dourados (MS) para denunciar que foi vítima de extorsão por uma mãe de santo residente na cidade de São Paulo (SP). Ela relatou aos policiais que coagida pela religiosa desviou cerca de R$ 50 milhões da empresa na qual trabalha, temendo maldição de espíritos malignos.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rodolfo Daltro, o nome da funcionária e da religiosa não serão revelados, a fim de não atrapalhar as investigações.

"A denunciante nos procurou há uma semana e declarou o ocorrido. Ela detalhou as conversas e entregou o aparelho celular que contém informações relevantes para esclarecimento do caso", explica.

No depoimento prestado, a mulher revelou que realiza consultas espirituais com a mãe de santo desde 2018, pois, ela é famosa por atender artistas e personalidades da capital paulista. No depoimento prestado, contou que há cerca de um mês, a religiosa começou a exigir altos valores de dinheiro e caso não obedecesse seria amaldiçoada com a presença de espíritos que a levariam ao suicídio.

"Em razão do medo, a vítima confirmou que realizou 11 depósitos que totalizaram mais de R$ 50 milhões, subtraídos da empresa em que trabalha. Ela inclusive trouxe a planilha com os dados bancários, a fim de colaborar com identificação da suspeita", acrescenta o delegado.

Andamento do caso

Depois que o depoimento da vítima foi concluído, o responsável pelo SIG apresentou uma representação ao Poder Judiciário, a fim de conseguir autorização para rastrear os proprietários das contas bancárias que receberam dinheiro, desviado da empresa.

As evidências apresentadas até o momento levam a crer que a funcionária foi vítima de extorsão, ainda que por motivos religiosos, contudo os depósitos realizados com recursos da empresa onde trabalha podem ser configurados como prática de furto.