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Pai lamenta morte de filho em 'rope jump' em MG: 'Pagou R$130 para morrer'

O empresário Adam Esteves e o pai, o aposentado Luiz Carlos Martins Cardoso - Reprodução/Facebook
O empresário Adam Esteves e o pai, o aposentado Luiz Carlos Martins Cardoso Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

06/10/2020 11h04

O pai do empresário Adam Esteves Cardoso, de 25 anos, lamentou a morte do filho durante a prática do "rope jump", modalidade de salto de grandes alturas também conhecida como "pêndulo humano", em Minas Gerais. O acidente, que é apurado como homicídio pela polícia, aconteceu no último sábado (3). As informações são de Época.

"Ninguém queria que ele fosse, a mãe dele pediu para ele não pular. Mas ele estava empolgado, era jovem e insistiu que conhecia gente que já tinha pulado. Então ele foi, estava alegre no dia, eu vi as imagens antes do salto. Mas ele pulou e foi direto para o chão", detalha Luiz Carlos Martins Cardoso, de 54 anos; pai de Adam.

A prática do "rope jump" é popular no Viaduto da Prainha, na região mineira do Vale do Aço, onde aconteceu o acidente. Amarrado por cordas e usando um capacete, o empresário lançou-se em um vão de 107 metros de altura, na intenção de ter sua queda impedida pela corda e, assim, balançar como um pêndulo para depois ser lentamente baixado ao chão. Ele, entretanto, foi direto de encontro ao solo e morreu imediatamente, por politraumatismo craniano.

"Como ele caiu em pé, o corpo dele encolheu com o impacto. Meu filho ficou todo estourado. Eu precisei ir até lá para ver com meus próprios olhos porque eu não queria acreditar nisso", relembra o pai de Adam. A polícia civil investiga se houve erro no ajuste da corda de segurança, deixando-a longa demais para impedir o contato de Adam com o chão.

 Adam Esteves pulou de altura de quase 100 metros em MG - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Adam Esteves pulou de altura de quase 100 metros em MG
Imagem: Arquivo Pessoal

A queda do empresário levou cinco segundos, de acordo com um cálculo que desconsidera a resistência do ar. Nessas condições, a estimativa é de que uma pessoa chegue ao chão a uma velocidade de 164 km/h após atirar-se de 107 metros de altura. Quem afirma é o físico Vladimir Jearim Peña Suarez, do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), à Época.

Trauma e indignação

Nove pessoas antecederam Adam nos saltos, no dia do acidente. A oitava foi o primo do empresário, que o acompanhava no passeio. Tudo correu bem: após o salto, os instrutores desceram a corda e permitiram ao jovem que tocasse o solo. Ele, então, aguardou no ponto de pouso por Adam.

"O Adam convidou o primo para passear com ele. Veja você, meu filho pagou R$ 130,00 para morrer e gastou outros R$ 130,00 para o primo dele ficar traumatizado", protestou Ele foi parar no hospital em estado de choque. Agora, já está em casa mas não para de lembrar do que aconteceu e chorar. Os dois eram muito amigos, cresceram juntos", afirmou Luiz Carlos.

'Rope jump' X 'Bungee Jump'

Embora sejam modalidades esportivas parecidas, o "rope jump" e o "bungee jump" têm diferenças críticas: o segundo usa uma corda elástica, enquanto o primeiro, não. É isso que faz com que a pessoa balance como um pêndulo durante a prática do "rope jump".

Apenas o "bungee jump" possui protocolo registrado na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A é de 2018. A venda das cordas elásticas novas no Brasil é restrita apenas a pessoas habilitadas, desde então.