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MT: Helicóptero da Força Nacional cai no Pantanal em ação contra queimadas

Helicóptero da Força Nacional - Divulgação
Helicóptero da Força Nacional Imagem: Divulgação

Alex Tajra

Do UOL, em Poconé (MT)

08/10/2020 19h08Atualizada em 08/10/2020 21h03

Um helicóptero da Força Nacional que faz parte da Operação Pantanal II, de combate às queimadas, caiu hoje na região do Porto Jofre, no município de Poconé (MT), com três tripulantes. Todos sobreviveram.

Segundo o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, estavam a bordo o comandante Renato de Oliveira Souza, da Polícia Civil do Distrito Federal; o copiloto Luiz Fernando Berberick, da Polícia Civil do Rio de Janeiro; e o segundo sargento Emerson Miranda Martins, da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Eles foram resgatados com vida pela UTI aérea do CIOPAER.(Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas), da Marinha, e encaminhados para Cuiabá para mais cuidados. Uma das vítimas teve fratura exposta na perna.

Queimadas no Pantanal

A região do Porto Jofre fica no final da estrada Transpantaneira, que corta o Pantanal de Mato Grosso. Ali, corre o rio Cuiabá, que fica na divisa com Mato Grosso do Sul. A região é conhecida como polo turístico, pois é o canal de acesso ao Parque Estadual do Encontro das Águas, conhecido por abrigar a maior concentração de onças pintadas do mundo.

É também uma das regiões mais atingidas pelas queimadas no Pantanal, que neste ano já destruíram 3.977.000 hectares do bioma em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, conforme reportado nesta semana pela Folha de S. Paulo. São quase 40 mil km² de fauna e flora devastadas, uma área um pouco menor que o estado do Rio de Janeiro.

No parque, segundo dados do ICV (Instituto Centro de Vida) compilados entre janeiro e o fim de setembro, foram contabilizados mais de 470 focos de calor. 100,5 mil hectares, o equivalente a 93% da área total, foram atingidos. Para fim de comparação, em 2019 não houve nenhum foco de calor no parque.

Mato Grosso teve a maior área queimada, mas, nos últimos dias, a região sul do Pantanal tem concentrado a maior parte do fogo.

O bioma também enfrenta uma de suas piores secas em décadas, o que impulsiona o alcance do fogo. Lagoas e corixos (pequenos focos de água que se formam em baixo de pontes, por exemplo) secaram. Além do fogo, os animais têm enfrentado a sede e a fome na região.

No último dia 25, o UOL mostrou que a Polícia Federal já tem indícios suficientes para denunciar ao menos quatro fazendeiros pelas queimadas na Serra do Amolar (MS), que tem sido a região do Pantanal mais afetada pelo fogo nos últimos dias. Como na Amazônia, o fogo é utilizado por fazendeiros no Pantanal para limpeza de pasto e, por vezes, para o desmate.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informaram o título da matéria e a chamada na Home Page, a queda foi de um helicóptero, e não de um avião. A informação foi corrigida.