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Roubo de combustível: homem sequestra vizinhos durante ação policial no RJ

Homem é preso durante operação da Polícia Civil contra uma quadrilha especializada em furto de combustíveis no RJ - Divulgação/Polícia Civil
Homem é preso durante operação da Polícia Civil contra uma quadrilha especializada em furto de combustíveis no RJ Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

14/10/2020 07h51Atualizada em 14/10/2020 12h35

Um homem identificado como Wagner Rodrigues fez de refém uma família vizinha para tentar fugir da polícia na manhã de hoje durante uma operação contra uma quadrilha especializada em furto de combustíveis diretamente de dutos da Petrobras na Baixada Fluminense. Segundo a Polícia Civil, Rodrigues foi abordado dentro de casa em Duque de Caxias (RJ).

Segundo o delegado, André Leiras, da Polícia Civil, a situação foi contornada e ninguém se feriu. Wagner e outras cinco pessoas foram presos pela operação. Ao todo, sete mandados de prisão foram expedidos.

"A polícia bateu na casa dele, a esposa atendeu, percebeu a situação e tentou ganhar tempo para possibilitar a fuga do marido. Ele pulou do terceiro andar da casa dele para uma casa ao lado e fez uma outra família refém. A polícia agiu rápido e contornou o caso. Ninguém ficou ferido", disse o delegado ao UOL.

A ação de hoje é chamada de "Operação Baú", em referência ao uso por criminosos de isotanques adaptados e instalados no interior de caminhões tipo baú "buscando dissimular o produto furtado, ludibriando fiscalizações durante o seu transporte", explicou a Polícia Civil do Rio.

Os presos vão responder por furto qualificado e organização criminosa. Já Wagner, que fez uma família refém, vai responder também por sequestro, cárcere privado e porte ilegal de arma de fogo.

Prejuízo de R$ 1 milhão

O prejuízo causado pela organização criminosa é estimado em R$ 1 milhão somente com combustíveis subtraídos.

Criminosos adaptavam isotanques dentro caminhões tipo baú para dissimular combustível furtado da Petrobras no Rio de Janeiro - Divulgação/Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
Criminosos adaptavam isotanques dentro de caminhões para dissimular combustível furtado
Imagem: Divulgação/Polícia Civil
"Somam-se a isso incomensuráveis prejuízos ambientais, como derramamento de petróleo no solo e riscos de explosão, colocando em risco de morte um grande número de pessoas; além de graves problemas operacionais, como a paralisação do fluxo de transporte de combustível e a necessidade de realização de obras para recomposição dos dutos perfurados", disse a Polícia Civil do Rio.

Durante as investigações, chamou a atenção dos policiais a utilização de armas de fogo pelos criminosos, com o intuito de garantir a integridade dos mesmos durante a perfuração de dutos da Petrobras, além de batedores, que circulavam na frente do caminhão baú com os combustíveis furtados para avisar aos demais integrantes da organização criminosa sobre a presença de policiais na estrada.

De acordo com a Petrobras, desde 2015 foram 254 furtos ou tentativas de furto registradas no estado do Rio de Janeiro:

  • 2015: 11 furtos
  • 2016: 32 furtos
  • 2017: 95 furtos
  • 2018: 69 furtos
  • 2019: 40 furtos
  • 2020: 7 furtos (até o mês de junho)

O delegado André Leiras afirmou que investiga outras quadrilhas de roubo de combustível e trabalha em conjunto com o setor de inteligência da Petrobras, já que o furto de combustível exige qualificação técnica.

A Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados, responsável pelas investigações, afirmou que "vem intensificando ações de inteligência e investigações contra grupos criminosos especializados em furtos de combustíveis diretamente de dutos da Petrobrás, buscando minimizar os impactos financeiros e ambientais desta prática criminosa, preservando, sobretudo, vidas, considerando a alta periculosidade da manobra criminosa".

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado na primeira versão da matéria, Wagner Rodrigues não fez sua própria família refém, mas sim uma família de vizinhos. A informação foi corrigida.