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IML aponta perfurações no coração de jovem que morreu após plástica em BH

Cabeleireira de 20 anos morreu após realizar três cirurgias estéticas em BH - Reprodução/Redes sociais
Cabeleireira de 20 anos morreu após realizar três cirurgias estéticas em BH Imagem: Reprodução/Redes sociais

Daniela Mallmann

Colaboração para UOL, em Belo Horizonte

23/10/2020 10h32

O Instituto Médico Legal concluiu ontem o laudo da causa morte da jovem Edisa Soloni, de 20 anos, após procedimentos cirúrgicos de lipoescultura e enxerto de silicone nos glúteos, em uma clínica de cirurgia plástica, em Belo Horizonte, em setembro deste ano. O laudo revelou múltiplas perfurações em diversos órgãos da jovem e aponta que a causa morte foi embolia pulmonar.

A advogada da família da vítima, Camila Félix, apresentou os detalhes do laudo, que aponta para perfurações no intestino, pâncreas, coração, pulmão, estômago e esôfago. Camila também acusa a clínica de demora na prestação de socorro.

"Constatamos que houve algumas negligências médicas dentre as quais foi diagnosticado que fatalmente a Edisa veio a óbito por embolia pulmonar e também foram apresentadas múltiplas perfurações e uma delas estava com um quadro hemorrágico na região da papada", declarou a advogada

Ainda segundo Félix, a paciente já estava debilitada em função da cirurgia extremamente invasiva e que as inúmeras perfurações e a ausência de um diagnóstico rápido, contribuíram para a piora do quadro.

A Polícia Civil disse que as informações sobre o caso serão divulgadas apenas após a conclusão do inquérito mas reforçou que as investigações continuam e que até o momento, 13 pessoas já foram ouvidas.

"O procedimento foi fora do normal desde o início uma vez que, in loco no pós-operatório, não havia nenhum médico no local para poder fazer um diagnóstico e avaliação da paciente, então na verdade houve um contexto negligenciado desde o início", acrescentou a advogada.

"A gente também aguarda que tão logo ele [o médico-cirurgião] venha a ser denunciado, o processo seja encaminhado para o Ministério Público, para que a gente começa a proceder na esfera judiciária", concluiu Félix.

Outro lado

A Clinica Belissima, onde o procedimento foi realizado, alega que as perfurações apontadas no laudo foram causadas pelo serviço funerário durante a preparação do corpo para o sepultamento.

"O laudo do IML aponta como causa mortis uma embolia pulmonar maciça. Não houve quaisquer perfurações de vísceras em decorrência do procedimento de lipoaspiração", afirmou a clínica, em nota.