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Enxame de abelhas ataca sete em praça de Fortaleza; vítima leva 150 picadas

Igreja do Carmo, no centro de Fortaleza - Divulgação
Igreja do Carmo, no centro de Fortaleza Imagem: Divulgação

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

01/11/2020 21h56

Um enxame de abelhas que estava fixado em um poste da praça da Igreja do Carmo, no centro de Fortaleza, atacou pelo menos sete pessoas entre a noite de sexta-feira (30) e o sábado (31). As vítimas das ferroadas foram levadas ao Instituto Doutor José Frota (IJF) para atendimento médico —uma pessoa chegou em estado grave por ter levado cerca de 150 picadas de abelhas. Todos já tiveram alta.

Segundo a Igreja do Carmo, o ataque das abelhas começou logo após pessoas saírem da missa na noite de sexta, assustando quem estava próximo ao local. Foi preciso acionar o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará para que a situação fosse resolvida.

A igreja do Carmo informou que há algum tempo observou a colônia de abelhas, mas que nunca tinha acontecido ataques em série o deste fim de semana.

"Entramos em desespero, pois um ataque com a quantidade de abelhas que estava nunca aconteceu. As pessoas saíram correndo sem saber o que fazer, mas conseguiram se livrar das abelhas do outro lado da praça. Acionamos o Corpo de Bombeiros imediatamente, e eles vieram prestar socorro", contou o sacristão da igreja do Carmo, João Marcos Rodrigues.

Sete pacientes já tiveram alta

O IJF informou que sete pessoas deram entrada na unidade hospitalar. Uma das vítimas chegou em estado grave por ter levado cerca de 150 picadas de abelhas; um segundo paciente estava em situação moderada, e os demais estavam em estado de saúde estável.

Os sete pacientes receberam alta —sendo dois ontem e cinco ainda na sexta-feira, segundo nota do IJF, divulgada na tarde deste domingo (1º).

O IJF destacou que a rapidez no socorro das vítimas das abelhas para o hospital foi imprescindível.

Enxame foi retirado à noite

O Corpo de Bombeiros Militar informou que a Primeira Companhia de Busca e Salvamento, em Fortaleza, atendeu ao chamado, identificou um tipo de abelha africana, geneticamente modificada, mais agressiva que a espécie, que estava na colônia fixada sob um poste antigo da praça.

Segundo os bombeiros, possivelmente o barulho e a altas temperaturas fizeram as abelhas se espalharem e atacarem as pessoas que passavam próximo ao enxame.

A área ficou isolada até a noite de sábado —foi indicada a retirada do enxame no período noturno para evitar novos ataques. Na noite de ontem, uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará esteve no local e exterminou a colmeia.

Como agir em casos semelhantes

O veneno das abelhas é bastante tóxico e pode levar a falência renal, problemas musculares e até a morte, caso a vítima não procure socorro médico a tempo. O Corpo de Bombeiros reforça que somente uma equipe especializada, com roupa de proteção, pode mexer em enxames.

A instituição orienta que quem for atacado por abelhas procure imediatamente um hospital para que seja feita a neutralização do veneno. Outra orientação é que não se deve tentar arrancar o ferrão, pois ele pode estourar e o líquido venenoso penetrar mais ainda na vítima.

Estudo da Unifal (Universidade Federal de Alfenas) orienta como pessoas devem agir ao se depararem com uma colmeia de abelhas africanas. A primeira ação é sair rapidamente do local em que as abelhas estejam agitadas e não parar para pegar nada que cair no chão. "Só se preocupe em ajudar crianças ou pessoas com alguma dificuldade", diz o estudo.

"Enquanto corre, tente cobrir o rosto, por exemplo, com sua camiseta ou blusa. Mas não deixe que isso o deixe mais lento. Proteger o rosto é fundamental, pois é uma área mais sensível, especialmente em volta dos olhos", diz o estudo. A orientação é que só pare de correr quando perceber que não há mais abelhas ou quando encontrar abrigo fechado.

O estudo orienta, ainda, a não bater nas abelhas, não gritar nem agitar os braços, pois elas podem ficar mais agressivas e continuarão o ataque.

O estudo afirma que não se deve pular na água, pois se a pessoa não souber nadar pode correr risco de se afogar ou, ainda, quando retornar à superfície as abelhas podem estar rodeando o local à espera da vítima.

"Se você estiver encurralado e não tiver para onde fugir, deite-se de bruços e proteja a cabeça (especialmente os olhos), cubra-se com cobertores, jaquetas ou com o que houver disponível".

O estudo diz ainda que se alguém for ferroado, é necessário procurar o atendimento médico, com ajuda do Corpo de Bombeiros ou do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), principalmente se a vítima tiver alergia.

Sobre avistar uma colônia de abelhas africanas é necessário, segundo o estudo da Unifenas, que evite a aproximação e sinalize o local para que outras pessoas sejam alertadas sobre o perigo.

"Cheiros fortes, barulho, batidas, vibrações ou movimentos bruscos tendem a provocar uma reação da colônia. Portanto, evite provocar tais fatores na proximidade das abelhas. Caso encontre um enxame, procure os bombeiros, guarda civil ou algum apicultor experiente para removê-lo", diz o estudo.