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Médico recém-formado morre após sofrer queimaduras em bar no Paraná

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

07/11/2020 05h54

Um médico recém-graduado morreu na manhã desta sexta-feira (6) no Hospital Evangélico, em Curitiba, após não resistir aos ferimentos causados por queimaduras provocadas pelas chamas de uma lareira em um bar, no Centro. Leonardo Mateus Janeri Barbosa, de 24 anos, teve 70% do corpo atingido pelo fogo enquanto uma funcionária do estabelecimento acendia a lareira. O caso ocorreu na quarta-feira (4) e é investigado pela Polícia Civil.

Leonardo morreu menos de um mês depois de conseguir o diploma de medicina, em outubro, na Faculdade Evangélica Mackenzie, segundo a família. Ele obteve o registro no Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM) em 20 de outubro e já atuava em plantões em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba.

De acordo com a Delegacia de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o combustível usado pela funcionária do bar para acender a lareira acidentalmente derramou em cima de Leonardo, que estava no espaço com mais seis amigos. A versão é confirmada pela família.

"Tinham aqueles recipientes com fogo em cima da mesa e eles foram colocar o refil de álcool com um galão de cinco litros. Daí esbarraram, tropeçaram, sei lá o quê. Foi boa parte nele. Entendo que não foi intencional, mas eles têm que ser responsabilizados. Quem que joga álcool em fogo de um galão de cinco litros, cara?", questiona Guilherme Janeri, irmão gêmeo de Leonardo.

Em nota nas redes sociais, o bar Oak Wine and Beer informou que "lamenta profundamente o falecimento de Leonardo Mateus Janeri Barbosa, em decorrência do acidente ocorrido na última quarta-feira".

"Estamos à disposição das autoridades para as investigações e outras medidas necessárias e, neste momento de dor, nos solidarizamos e expressamos nossas sinceras condolências à família e aos amigos", completou, em nota.

O UOL enviou mensagem no WhatsApp disponibilizado pelo bar nas redes sociais para ouvir a versão do estabelecimento, mas não obteve retorno.

Médico era voluntário e planejava atender na África

Leonardo era voluntário na iniciativa "Fraternidade Sem Fronteiras". Ele costumava compartilhar viagens à África enquanto acadêmico de medicina. Segundo o irmão, o médico visitou duas vezes o continente. A intenção da vítima era ir todos os anos, agora como médico, já que tinha emprego na área.

"Foi duas vezes para África, antes de se formar. Tinha planos de ir todo ano, agora que havia se formado e tinha seu próprio dinheiro", comentou o irmão, que pediu aos amigos e demais familiares orações por Leonardo. Os locais do velório e enterro do médico não foram informados pelos parentes.