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Mulher dá à luz no elevador e 'pare' placenta a caminho do hospital; vídeo

Felipe Munhoz

Colaboração para o UOL, em Lençóis (BA)

08/11/2020 20h11

Uma professora deu à luz no elevador do prédio onde mora em São Gonçalo (RJ) e depois pariu a placenta no carro, a caminho do Hospital Icaraí, de Niterói. A cena foi registrada pela câmera de segurança do edifício. Ao UOL, o pai do pequeno Bento disse que "a ficha ainda não havia caído".

Por volta das 22h de terça-feira (3), o casal foi até o hospital, pois Anne Gabrielle Muniz, 28 anos, já estava sentindo contrações leves, mas espaçadas e sem ritmo. Ela foi examinada e estava com 2 cm de dilatação e bolsa íntegra. A médica, então, aconselhou a professora a voltar para casa, para estar em um local mais cômodo para lidar com as contrações.

"Ao chegar em casa, as contrações que ela estava sentindo já eram mais fortes e mais constantes. Por volta das 3h, eu já vendo que ela estava no automático: ia da cama para o chuveiro quente, do chuveiro para cama e já estava com um semblante bem abatido. Decidimos voltar para o hospital", contou o funcionário público César Albuquerque Alexandre, de 26 anos.

César disse que demorou um pouco até conseguir vesti-la após mais um banho quente. Enquanto isso, ele pediu para o sogro estacionar o carro na frente do prédio onde o casal mora. O casal seguiu para o elevador, acompanhado da mãe de Gabrielle.

No elevador, como é possível ver nas imagens, Gabrielle se apara no corrimão e segue com contrações.

"O nervosismo me fez apertar vários botões do elevador, porque eu queria abrir a porta, que tinha fechado após [o elevador] chegar no térreo. Mas quando a Gabi falou: 'O Bento vai nascer!', eu larguei o que estava levando e me joguei debaixo dela. Graças a Deus, conseguimos segurá-lo", lembrou o pai.

"Depois, eu tirei a minha camisa, cuja manga já estava toda suja da bolsa, e ela serviu de agasalho para o Bento, já que era madrugada, estava bem frio e as mantas estavam nas bolsas da maternidade, na mala do carro", disse César. "No vídeo parece tudo muito rápido, mas foram mais de quatro horas de trabalho de parto ativo. Ela sentiu bastante dor antes de entrar no elevador, achei até que ela iria desmaiar", descreveu.

O funcionário público explicou que depois que Bento nasceu, eles foram de volta para o Hospital Icaraí. Segundo ele, havia opções mais próximas, mas pelo atendimento que tiveram e, como Bento estava aparentemente bem, com a mãe, já mamando, não tiveram pressa para chegar. "Eu fui guiando o carro em velocidade normal e a placenta foi 'parida' no carro, durante o percurso", contou.

'A ficha não caiu'

Gabrielle e Bento estão bem, mas seguem internados no hospital. O bebê teve uma pequena reação ao colírio de nitrato de prata pingado pela equipe hospitalar, de acordo o pai. E o casal ainda segue sem acreditar no que aconteceu.

"Acho que [a ficha] vai cair mesmo quando estivermos em casa. A gente lembrava por flashes. Depois que eu peguei a gravação com o síndico do meu prédio, aí que eu me emocionou. Pensa em tudo que poderia ter acontecido, mas que, graças a Deus, deu tudo certo", afirmou César, que vive a expectativa de voltar para casa hoje.

Médica acertou em liberá-los?

O funcionário público afirmou ainda que concordaram com a atitude da médica, que falou para eles voltarem para casa quando Gabrielle estava com 2 cm de dilatação e com contrações leves.

"Nós achamos que ela fez bem, acreditamos que esse seja o procedimento mesmo. Gabi queria ficar o mais confortável possível e nada melhor que o nosso apartamento. A gente tem uma bola de pilates que ajudou muito também durante o trabalho de parto. Enfim, parto é uma caixinha de surpresas, a bolsa ainda não tinha rompido, nem sabemos o momento exato em que rompeu. Acho que as coisas acontecem porque tem que acontecer", opinou César.