Umidade do ar chega a 10% em Campinas e estado de emergência é decretado

A cidade de Campinas (SP) registrou hoje um dos índices de umidade relativa do ar mais baixas da história recente do município. O nível chegou a 10,3%, um dos mais baixos dos últimos anos. Foi decretado estado de emergência pela primeira vez em 2020.

A medição foi feita pela estação automática do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O registro da umidade relativa de 10,3% aconteceu às 14h40. A temperatura máxima detectada hoje foi de 34,9ºC (às 15h10).

Por causa do índice tão baixo, Campinas entrou em estado de emergência pela primeira vez no ano. Nem mesmo quando a cidade registrou 40,7ºC, a maior temperatura da história, em outubro, a umidade baixou tanto assim.

O empresário Rogério Cerqueira visitou hoje a cidade de Socorro (SP), no Circuito das Águas Paulista. Ele foi à Pedra da Bela Vista, um dos pontos turísticos do município. Por ser uma cidade cercada por rios, a umidade estava um pouco mais alta hoje, beirando os 30%.

"Eu saí de Campinas para passear, mas minha boca ficou muito seca. Não dava para me separar da garrafa d'água", contou.

Essa, aliás, é uma das orientações da Defesa Civil: sempre manter-se hidratado, além de evitar exercícios físicos no período das 10h às 16h.

"Estava um calor imenso. Sei que não chove há vários dias, e isso preocupa", finaliza.

Classificação do risco

Os alertas da Defesa Civil são emitidos conforme a seguinte classificação:

• Até 30%: estado de observação
• Entre 30% e 20%: estado de atenção
• Entre 20% e 12%: estado de alerta
• Abaixo de 12%: estado de emergência

Tempo seco no interior paulista

Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), estão em estado de alerta as cidades de Artur Nogueira (18,5%), Jaguariúna (19,3%), Hortolândia (17,5%) e Valinhos (18,2%).

Já as cidades de Sumaré (20,3%) e Paulínia (20,5%) estão em estado de atenção.

Um mapa do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) aponta que todo o interior paulista sofreu com a umidade relativa do ar baixa hoje, com índices abaixo dos 20%.

O Cepagri, da Unicamp, prevê que o tempo deve mudar a partir de amanhã. Uma frente fria está se aproximando.

"Os indicativos para esta semana apontam para chuvas já a partir da tarde de segunda-feira, em particular nas áreas mais próximas ao Paraná. Devem ocorrer chuvas persistentes e recorrentes ao longo de toda a semana e de forma generalizada", afirma, em publicação no site.