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Ataques de piranhas assustam moradores no PA: 'Sem coragem de voltar'

Jovem mostra como ficou o dedo após ser atacada por piranhas em praia no Pará - Arquivo Pessoal
Jovem mostra como ficou o dedo após ser atacada por piranhas em praia no Pará Imagem: Arquivo Pessoal

Luciana Cavalcante

Colaboração para o UOL, em Belém (PA)

10/11/2020 17h27

Os constantes ataques de piranhas estão assustando moradores do município de Itaituba, no sudoeste do Pará. Segundo o Corpo de Bombeiros, nos últimos dois meses, seis casos foram registrados na praia de Aranamaí. Uma mulher teve parte do dedo do pé arrancado e um homem perdeu um pedaço da sola do pé.

O primeiro caso foi o da estudante de farmácia e microempreendedora Welida Meneses, de 24 anos, ocorrido no dia 17 de outubro. Ela conta ao UOL que estava sentada na beira da praia, quando foi atacada. "Não passei nem dois minutos sentada. Eu estava na areia e a minha perna nem ficou toda submersa".

O amigo que estava ao lado dela saiu correndo e disse ter sentido algo passando pela perna. "Quando olhei para entender o que estava acontecendo, vi que tinha uma mordida no meu dedo e fui me arrastando para fora da água. Foi aí que percebi que tinha arrancado a parte de trás do meu dedo, a cabeça do dedo, pela lateral", lamentou. O dedo atingido foi o penúltimo do pé esquerdo.

Jovem mostra como ficou o dedo após ser atacada por piranhas em praia no Pará - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Jovem mostra como ficou o dedo após ser atacada por piranhas em praia no Pará
Imagem: Arquivo Pessoal

A jovem foi socorrida por pessoas que estavam na praia e colocada em uma lancha para retornar ao município, já que a localidade fica bem em frente à cidade, a cerca de 5 minutos de barco. Já em Itaituba, foi atendida no hospital municipal.

"Os médicos nem acreditaram quando viram, mas confirmaram que o ferimento assim só podia ser feito por um peixe", contou a estudante.

Welida perdeu um pedaço do dedo e o ferimento levou 8 pontos. Os médicos receitaram antibióticos e orientaram que ela ficasse sem mexer o pé por pelo menos 20 dias. Somente essa semana começou a colocar o pé no chão, mas com uso de muletas e muita dificuldade.

"Eu sinto como se fosse uma falta. Não é a mesma coisa pisar, mas como ainda está ferido, não coloco força totalmente. Não sei como vai ficar para andar agora, se vou ficar desequilibrada para andar. Estou andando com pé de lado agora", lamenta.

Segundo o Corpo de Bombeiros, já são seis casos só nessa praia nos últimos dois meses e o fenômeno é raro. "Os militares que estão aqui há muitos anos dizem que isso nunca aconteceu por aqui", revelou o tenente Marcos Monteiro.

O tenente ainda explicou a praia de Aranamaí só aparece nessa época do ano com a baixa do Rio Tapajós e os casos todos ocorreram nessa praia.

Os bombeiros acreditam que pode haver duas possibilidades para a concentração de piranhas nesse local: defesa e por conta de alimentos que os frequentadores jogam no rio.

O oficial orienta quem for vítima desse tipo de situação que limpe o ferimento e estanque o sangue, caso não esteja próximo de um bombeiro. Ele esclarece que os bombeiros fazem o atendimento de primeiros socorros na área e levam as vítimas na lancha da corporação para socorro médico na cidade.

A estudante de farmácia não pretende tão cedo voltar à praia. "Não tenho coragem de ir mais, não. Sinceramente, não posso arriscar que aconteça de novo".